Resultado das Olimpíadas de Pequim: 1º lugar: Jamaica, 2º lugar: Austrália, 3º lugar: Nova Zelândia

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Tem sentido dizer que a China, por ter ganhado mais medalhas na Olimpíada de Pequim, tem mais mérito que a pequena ilha Jamaica? Não é razoável! A Jamaica tem 2,8 milhões de habitantes. A China tem 1,3 bilhões! Afinal, qual é o país mais eficiente na Olimpíada? A rigor, a noção de país já é uma aberração, afinal “o importante é competir”. A classificação por país é hipócrita e considera fronteiras geográficas que nem sequer representam os grupos étnicos que dividem nosso conturbado planeta. Mas essa já é outra discussão. A pergunta que cabe é se as 11 medalhas obtidas pela pequena Jamaica valem o mesmo que as 100 medalhas conseguidas pela gigante e bajulada China? Acho que não. As medalhas da Jamaica valem muito mais! Para evidenciar esta diferença, o centro de estudos esportivos de Polemikos criou o indicador “número de medalhas por milhão de habitantes”. Ordenando os países segundo este indicador podemos medir a eficiência de um país em conseguir medalhas, retirando a vantagem dos países que têm grandes populações. Os resultados apresentados por este simples indicador são interessantes. Podemos fazer muitas contas, mas simplifiquemos. Não valorizaremos as medalhas de ouro. Consideremos o número total de medalhas obtidas (ouro, prata e bronze) dividido pela tamanho da população do país em milhões de habitantes. Este indicador nos mostra os países que têm boa base nos esportes, que participam com chance nas competições e, daí, que obtêm muitas medalhas, mesmo que nem sempre chegando em primeiro lugar. Neste caso vale o lema: “quantidade é qualidade!”.

Vamos aos resultados. A tabela abaixo mostra os 30 países primeiros colocados pela ordem usual de medalhas de ouro conquistadas. Entretanto, na tabela, eles foram reordenados segundo a classificação que obtêm pelo indicador Polemikos, apresentado na última coluna.

A primeira constatação é que a China, primeira colocada pelo critério tradicional, passa para o penúltimo lugar dentre os 30 países que consideramos nesta avaliação. A taxa de medalhas por habitante para os chineses é de míseros 0,08 medalhas/habitantes. A China só fica melhor que um país. Vocês sabem qual? Claro! O Brasil, que passa de um razoável 23o lugar para 30o e último lugar. Temo que se nossa amostra fosse maior, nossa pátria iria mais para baixo. É melhor não medir.

A Jamaica dá um show com sua política de investir em corredores de curta distância. As onze medalhas obtidas lhes proporcionam uma relação de mais de três medalhas por milhão de habitantes. Um espetáculo! A Austrália se sai muito bem em 2o lugar. Obteve 46 medalhas com uma população de apenas 20 milhões de habitantes. Eles tiveram muitos bons resultados na natação. Outro fator do sucesso australiano é a provável continuação da colheita dos frutos do investimento nos esportes para a Olimpíada de Sidney. E a Nova Zelândia? O país só tem 4 milhões de habitantes e levou 9 medalhas, sendo 3 de ouro, mesmo número que o Brasil. Belo resultado!

Até o décimo lugar, onde aparece a Hungria com exatas “uma medalha para cada milhão de habitantes”, aparecem os grandes vencedores da Olimpíada. Neste grupo está a Noruega em quarto lugar, com população parecida com a Nova Zelândia. Em quinto lugar, a tradicional bem sucedida Cuba mostra que esporte é coisa séria no país apesar de todas as limitações que a ilha comunista enfrenta. O resultado deles é respeitável dado que a população não é tão pequena: 11 milhões de habitantes.

Do 7o ao 9o lugar aparecem 3 países com população em torno de 5 milhões de habitantes. São eles, em ordem de resultados: Georgia, Dinamarca e Eslováquia. Depois, aparecem outros três países, com populações entre 10 e 17 milhões de habitantes: Hungria, Holanda e Cazaquistão. Mais adiante, surge em 13o lugar o primeiro e grande bem sucedido país: a Grã-Bretanha, com 61 milhões de população e um belíssimo resultado de 47 medalhas. Talvez já sejam os primeiros resultados do planejamento para sair bem na foto daqui a quatro anos, na Olimpíada de Londres.

Na faixa de 14o a 21o lugar, surge um grupo de países homogêneos no valor do indicador considerando o tamanho da população. O indicador se distribui entre 0,63 e 0,48. A lista ordenada é a seguinte: Coréia do Sul, França, República Tcheca, Ucrânia, Canadá, Rússia, Alemanha e Itália. Tirando a grande e peculiar Rússia, parece haver certo equilíbrio no padrão social e econômico desse grupo de países.

Os lugares de 22o a 24o apresentam resultados bem próximos para o indicador, que varia de 0,39 a 0,36. O Quênia lidera o grupo com 14 medalhas. Entretanto, sua alta população de 37 milhões produz um resultado moderado para o indicador. Em 23o lugar, os EUA aparecem com honroso indicador de 0,36 medalhas por milhão de habitantes, que é muito se considerarmos sua população de 303 milhões de pessoas. Entre os últimos, em 27o lugar, vem o Japão, com uma taxa de 0,20 medalhas/milhão. Sua alta população (127 milhões) derruba o relativo sucesso das 25 medalhas obtidas.

Vale a pena fazer este exercício com todos os países. Um país muito pequeno que tenha obtido uma solitária medalha pode ocupar o 1o lugar e ter sido desprezado em nosso exercício, que só levou em conta os 30 primeiros colocados na classificação oficial. Também seria interessante utilizar outras maneiras de ajustar o indicador de bom resultado na Olimpíada. Consideramos aqui o fator “população”, que parece significativo. E a renda por habitante? Talvez desse boas explicações para os resultados obtidos. Experimentem …

9 comentários em “Resultado das Olimpíadas de Pequim: 1º lugar: Jamaica, 2º lugar: Austrália, 3º lugar: Nova Zelândia”

  1. É triste ver uma matéria bacana dessa, mostrando uma outra perspectiva dos resultados. E um bando de imbecil criticando. Lamentável.

  2. legalllllllllllllllllllllll.sempre gostei de olimpiadas!!!!!!!!!!!!
    um bEIJAOOOOO pra tds que fez nas olimpiadas nataçao!!!

  3. Ficaríamos na frente da India, acho!

    Respondendo: Também aí é moleza. A Índia entra com 1 bilhão de habitantes o denominador.

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