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Banco Central, o caridoso Como esses encrenqueiros podem pensar que o BC vendeu dólar barato para salvar bancos como o Banco Marka? Você conhece o Marka? Você conhece alguém que tenha conta neste banco? Pois é, eu também não. O ex-presidente do BC, Francisco Lopes, disse que a Bolsa de Mercadorias e Futuros pediu para "ajudar" o pobre Banco Marka. O povinho intriguento. É preciso reconhecer uma atitude caridosa do BC. Afinal, banco também é gente. O Marka deve ser um banquinho órfão, sem pai nem mãe, um cão sem dono, quem sabe um laranja. Fiquei com peninha do Marka. Já que não conseguem arranjar mais empregos pra gente, pelo menos cuidam de uma criatura ou entidade sofrida como o Markinha. Não é bonito? Se fosse um banco de varejo, cuja quebra poderia causar dano aos seus depositantes, a desculpa padrão seria proteger o banco para não causar trauma ao sistema financeiro. Acho que a justificação não se aplica ao Marka. Mas, certamente, arranjarão outra. Eu, o inocente mor, confio que o caso será investigado com lisura. Em tempo, no Brasil, lisura quer dizer alisar, passar a mão na cabeça. No final, além da pizza, haverá uma explicação de como saiu dinheiro do nosso bolso para ajudar mais uma incompetência ou especulação mal feita por uma instituição bancária. Vale o ditado: "Se eles ganham, ficam ricos. Se eles erram, nós pagamos." A propósito, o Brasil pode estar mal das pernas mas a área bancária está com uma saúde impecável. O Bradesco lucrou mais de um bilhão no ano passado. O Itaú, tadinho, só lucrou 800 milhões. Pelo menos nesta área o Brasil está prosperando. Infelizmente, os bancos tem reduzido cada vez mais o número de funcionários. É um setor que utiliza intensamente a automação. Assim, a cada dia, mais e mais funcionários são trocados por máquinas. Os empregos da área bancária se deslocam, por exemplo, para a informática. Tudo bem. Pena que os equipamentos e o software são, em boa parte, importados. Sem problema. O brasileiro é cordial. Trata-se apenas de mais uma plataforma de exportação de empregos. Coisa comum na nossa política industrial. Olha que eu não sei se podia ser de outra maneira, mas que nós nos damos mal neste processo, isso é certo. -Tirésias da Silva- |
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