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Fernando e Bill

Os presidentes dos EUA e Brasil, quando da visita deste último a nossa capital, tiveram uma conversa de 1 hora e 20 minutos. Como sempre, a reportagem de Polemikos traz para vocês a íntegra de trechos desse papo franco entre os dois estadistas que, apesar de alguns percalços enfrentados em suas gestões, são dois vencedores. Aqui vai:

Bill Clinton – So, how are you doing my deer Fernando. (Fica a dúvida se o repórter entendeu corretamente. Será que era dear ou deer. Se for deer, uma tradução razoável seria "meu cervo Fernando" ou "meu veado Fernando". Deve ser dear. )

Fernando Henrique – No Brasil tudo bem presidente. E aqui na corte, tudo tranqüilo?

BC – Meu rapaz, tive alguns problemas no ano passado com aquela menina estagiária. Mas a verdade prevaleceu e eu agora tenho tranqüilidade para tocar esse bombardeio cirúrgico na Iugoslávia.

FH – Por falar em cirúrgico, temos um enfermeiro lá no Brasil que, se o senhor soltar atrás das linhas inimigas, resolve esta guerra num piscar de olhos. É mais eficiente que qualquer bombardeio. E assim o senhor não vai precisar colocar em risco seus soldados fazendo com que eles penetrem no território sérvio.

BC – Caro Fernando, antes de mais nada, quero deixar claro que não houve penetração. Eu também não posso ser responsabilizado por tudo que vem a boca dessa Monica Lewinsky. Mas você também andou tendo problemas com seus auxiliares mais próximos, não foi?

FH – Realmente presidente, aqueles que privam de minha confiança têm acelerado a privatização transferindo a riqueza do estado diretamente para eles mesmos e suas famílias. Mas, para esse problemas, estamos dando um tratamento semelhante ao que o senhor adotou com a Monica.

BC – O quê? Também não há penetração?

FH – Não, lá qualquer banqueiro penetra no Banco Central pega o que quer e leva. Nossa preocupação agora é provar que o presidente do Banco Central estava na sala e não viu nem ouviu nada. Que ele não participou do donativo de dólares para os bancos Marka e outros. Nossa linha de defesa é dizer que ele teve uma ausência, ou é autista, ou é um leso? Afinal, quem pode definir o que é participar de uma decisão? Quem pode definir o que é ter relações sexuais, não é mesmo?

BC – Off course (NT: Fora do curso). Assim é o Brasil. Eu entendo, meu garoto Fernando. Mas precisamos separar as coisas. No meu caso, a relação era entre mim e a garota. Só usamos nossas mãos e bocas em nós mesmos. Não entrou dinheiro. No seu país parece que vocês estão mordendo e botando a mão no dinheiro do povo. Aqui, nós chamamos isso de sacanagem, mas com outro sentido.

FH – Mas o que eu posso fazer presidente. No Brasil, a toda hora, aparecem pessoas com capacidades extrasensoriais. A mulher do presidente do Banco Central, que não é nem economista, andou psicografando o marido e dando consultoria de macroeconomia. O filho do Mendonça de Barros, de uma hora pra outra, começou a ter premonições sobre a variação da taxa do dólar. A mediunidade é uma praga no primeiro escalão do governo.

BC – Seu país realmente esta uma Bósnia, digo, uma esbórnia.

FH – (Sentindo-se ferido nos últimos brios nacionais antes da total globalização, Fernando revida com um golpe baixo) Me desculpe mas acho deselegante o senhor querer penetrar nesse assunto. Entendeu?

BC – Entendi. Entendi. Mas quero deixar claro que aqui não houve penetração.

A imprensa especializada disse que a reunião a portas fechadas vai contribuir muito para as relações entre os dois países amigos. Fernando Henrique, à saída da reunião, declarou que a mancha no seu terno era devido à macarronada do almoço e que ele iria guardar sujo mesmo pois a vestimenta poderia ser útil no futuro.

- nosso correspondente na capital-


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17maio1999
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