FHC prevarica

A nação está boquiaberta com o golpe de estado aplicado pelo presidente Fernando Henrique, que se aliou com figuras (mais do que nunca) suspeitas como Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho para evitar a extremamente oportuna CPI Corrupção. Mais uma vez, já caracterizando sua biografia política, FHC se alia a figuras acusadas de corrupção para buscar objetivos políticos obscuros. O presidente, no mínimo, está sujeito à acusação de prevaricação.

Mas, afinal, o que quer dizer este verbo que mais parece significar algum tipo de atividade pornográfica? Vamos ao Aurélio. A primeira definição é sucinta: "faltar ao dever". Parece claro que o dever de um presidente da república é atender aos interesses nacionais. E a CPI da Corrupção é desejo majoritário da população brasileira! Mas, inteiramente devotado a evitar a instalação da CPI, FHC não teve o menor escrúpulo em se mancomunar com Magalhães e Barbalho. Moveu mundos (Francisco Dornelles largou o ministério para mudar o voto de sua suplente no Senado!) e fundos (a liberação de verbas federais quadruplicou nessas últimas duas semanas!) para deter a CPI. 

O que de tão perigoso sobre o governo de FHC pode ser revelado por uma CPI? A desculpa que ela seria usada para fins eleitorais tem alguma justificativa, iria mesmo, mas submerge em importância frente à enxurrada de casos de corrupção surgindo todos os dias. Notem que o último aconteceu com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O cínico recebeu 4 milhões do governo para montar uma fábrica. Ficou com a grana e esqueceu o projeto. O presidente se declarou marido enganado, dizendo que foi o último a saber que seu ministro é mais um trambiqueiro. Isto, por si só, seria motivo para a CPI. Ou seja, FHC, mesmo que lhe concedêssemos o cada vez mais difícil voto de confiança, mesmo nos esforçando para acreditar que ele age apenas preocupado em controlar a eleição de 2002, cometeu o que a segunda definição do dicionário Aurélio descreve como "faltar, por interesse ou por má fé, aos deveres do seu cargo, do seu ministério."

As definições se sucedem: "torcer a justiça" e "agir ou proceder mal; incorrer em falta; errar". Esperava-se de FHC uma postura isenta, voltada para identificar os corruptos e excluí-los do cenário político nacional. Quando FHC se aproveita da fraqueza de ACM e Barbalho, não para extirpá-los de nossa política, mas para, junto com eles, formar uma quadrilha de Irmãos Metralha verde e amarela e obter vantagens no processo de sucessão, fica claro que o presidente da república preenche a definição de prevaricar.

Ainda há outras definições que se aplicam à atuação de nosso presidente: "perpetrar adultério". É imagem justa dizer que FHC é um presidente adúltero, que traiu a população que o elegeu. Mais uma: "faltar aos seus deveres". FHC só não se furta (ainda não há indícios de que furte!) à sua atividade dileta de negociar com corruptos, como nesta semana em que liberou mais verbas para atender àqueles corruptos profissionais que, sem verem primeiro a cor da grana, não atendem aos apelos do presidente. Esta atuação de FHC está descrita na última descrição do verbo prevaricar: "corromper, perverter".

Parece claro: FHC prevarica! No momento obscuro por que passa o país, além dos corruptos de maior porte que escandalizam o povo, como ACM e Barbalho, que se especializaram em violar votações do Senado ou manipular verbas das Sudam e Sudene, o pretenso estadista FHC retira a máscara e se junta ao bloco dos sujos. Sua especialidade é a falta de escrúpulo em negociar os interesses nacionais em troca dos objetivos do grupo que ele representa e que busca manter o poder no Brasil a qualquer custo. Para mim, a biografia de FHC está definitivamente suja. Temo pelo que podemos esperar daqui para a frente desse estranho político que se denomina democrata.

- Tirésias da Silva -


envie agora sua opinião sobre este artigo

mais artigos da seção Brasil

início da página | homepage Polemikos

14maio2001
Copyright © [Polemikos]. Todos os direitos reservados.