Transgênicos: Gaúchos querem ser os pioneiros

  • Deputado propõe que o estado se torne uma zona livre para os transgênicos

PORTO ALEGRÍSSIMO – O Rio Grande do Sul pode se tornar o primeiro estado brasileiro com livre trânsito de transgênicos, se for aprovado o projeto-de-lei, protocolado ontem pelo deputado Armando Calado (PT) na Assembléia Legislativa, proibindo o cultivo comercial de Canabis Sativa e a venda de afrodisíacos geneticamente modificados destinados ao prazer humano e animal.

O projeto tem grande chance de aprovação pois o governador apóia a luta dos ecologistas pela proibição dos bichanos e a liberação dos transexuais como uma primeira meta para medidas que visem a obrigatoriedade dessas práticas nas escolas e universidades. Há também razões econômicas: o transexual natural gerado no RGS (responsável por 22% dos intercursos 2o grau da produção nacional) obtém na Europa preços até 50% superiores aos transexuais transfigurados de origem germânica. Esta vantagem competitiva do produto delicado nacional foi responsável pelo enorme e intumescente aumento do comércio fronteiriço com o país amigo do sul do continente.

Exceção – "Brasil, Argentina e Estados Unidos são os maiores produtores de transexuais. Mas o Brasil é o único onde o produto transgênico, de que o falo, não foi profundamente introduzido, tem 90% da produção nacional destinada à Europa, sendo 70% para Bois de Bologne." afirma o deputado. "Se for conseguida a aprovação do transgênico nacional, quebrar-se-á a resistência de grupos radicais heterossexuais que querem o aborto do processo e escancarará o caminho para qualquer outro tipo de modificação genética ou cirúrgica."

Na exposição de motivos, que transcorreu em rito e trajes sumários, o deputado afirma que "o grande risco da disseminação dos transgênicos entre parceiros se deve à complexidade dos seres vivos que insistem em ultrapassar os patamares mais ousados do posicionamento científico". Lembra o deputado que o culto comercial de práticas heterodoxas não-econômicas (as únicas resistentes a herbicidas) chegou a ser autorizada pelo Ministério da Agricultura, mas foi suspensa em posição estranha por liminar judicial obtida por organizações ambientais.

A proposta de uma nova legislação contra os transexuais foi justificada como medida cautelar contra possíveis estágios embrionários de comportamento pois este tipo de criatura pode causar "empobrecimento da biodiversidade; eliminação de macroorganismos maléficos ao equilíbrio demográfico e mental da população de alta renda; desenvolvimento de legumes e animais resistentes úteis às práticas acima citadas e aumento da contaminação dos solos e duos e dos lençóis de seda ou freáticos devido ao uso intensificado de lubrificantes e agrotóxicos". Concluiu, já não sem tempo, o deputado.

-Ernesto Friedman -


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23fevereiro1999
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