Mulheres fazem pouco
sexo!
Toda vez que uma dessas revistas femininas publica uma pesquisa sobre sexualidade, aparece um desequilíbrio sensível entre as respostas dos dois sexos à simples questão: - Quantos parceiros o senhor (senhora) teve até agora na sua vida? Os homens costumam relatar números altos. Uma pesquisa americana apontou o valor histórico médio masculino de dez parceiras. Já as mulheres declararam que foram muito menos ousadas. Na mesma pesquisa, a média de parceiros para elas ficou em apenas três. A avaliação rápida deste resultado confirma o senso comum de que as mulheres têm atividade sexual menor que a dos homens. Parece natural. Os homens são mais ativos profissionalmente, detém a maior fatia da renda do casal, é comum terem amantes... Afinal, são todos iguais. Como dizia a vovó e a mamãe, eles não prestam! Então é isso: as mulheres, em média, conhecem (no sentido bíblico) menos homens. Só tem uma dúvida nesta história. Para acontecer uma relação heterossexual, precisamos de um homem e uma mulher. Pelo menos até agora! Bem, como o número de homens e mulheres na população é praticamente o mesmo, se pegarmos o total de "casos" de casais heterossexuais e dividirmos pelo número de machos (ou fêmeas, tanto faz) teremos o número médio de parceiros que um ser humano sexualmente ativo (independentemente do gênero) teve, em média, na sua vida. Notem que este valor deveria ser praticamente igual, para ambos os sexos. Razoável? Sem dúvida! Então, por que as pesquisas apresentam valores tão diferentes? Por que os homens relatam terem cerca de três vezes mais relacionamentos com envolvimento sexual do que as mulheres? Mistério? Vamos dar uma olhada! Um fato que pode introduzir confusão no estimado equilíbrio entre a atividade sexual de homens e mulheres é o homossexualismo. Se o número de homossexuais fosse muito grande, poderia reduzir o contingente de homens que se envolvem em relações com mulheres. Entretanto, o número de homossexuais não chega a alterar tanto o resultado. A estimativa do número de homossexuais masculinos, nos EUA, é de 2% da população. Há controvérsia sobre este percentual. Alguns mais exaltados chegam a considerar que este percentual possa atingir 10%. De qualquer modo, o fato de reduzir, mesmo que até 20% dos homens envolvidos com as moças, não é suficiente para explicar por que o número de casos relatados por elas seja a terça parte do que os homens afirmam ter. E, também, não devemos esquecer que as mulheres com preferências homossexuais tendem a equilibrar novamente a divisão dos heterossexuais em homens e mulheres. Portanto, não é por aí. O que será então? Os homens têm melhor memória que as mulheres? Pouca chance! Será por culpa da prostituição feminina que é mais organizada? Também não. As prostitutas que têm relações com um número muito grande de homens aumentam a média de parceiros das mulheres, tendendo a equiparar este número ao dos homens. É provável que estes casos não influenciem a pesquisa pois é comum que as informações das profissionais do sexo, tanto quanto daquelas dos homens que usam este serviço, não sejam declaradas na pesquisa. O que sobra como hipótese? Simples. Ambos mentem! Os homens mentem que têm muitos casos em suas vidas e as mulheres, pudicas, escondem o verdadeiro número de experiências que tiveram. Os homens, sempre machos, comendo todo mundo. As mulheres, recatadas, mantendo a boa (?) fama de rainhas do lar. E assim, a sociedade continua na sua hipocrisia... - Ernesto Friedman - |
envie agora seu comentário sobre este artigo veja mais artigos sobre ciência Início da página | Página principal 10novembro1999 |