Filme: Elizabeth, Shekhar Kapur


 
 

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Elizabeth Elizabeth

Elizabeth e seus modelitos

- eugenia corazon -

O filme Elizabeth será lembrado pelo vestuário, pela beleza dos tecidos e arranjos de cabelo da bela Cate Blanchett. Não que este seja o mais fantástico vestuário que passou pelo cinema. Todo ano tem um filme destacado com Oscar onde se pode ver um desfile de indumentárias belíssimas. No Tempo da Inocência é uma lembrança marcante nesta área da produção cinematográfica. Entretanto, não vamos ao cinema para ver modelitos e, além disso, Elizabeth tinha que mostrar muito mais. E não mostra.

O indiano Shekhar Kapur nos apresenta um filme quadradinho, com takes cadenciados, onde não faltou dinheiro para cenas internas e externas, mostrando a teia de armações da corte inglesa do século XVI e desfilando uma lista de nomes ingleses que chegaram até aqui nos confins do Brasil. Norfolk (não é nome de cruzador inglês?) e Sussex são familiares a nós brasileiros, bombardeados que somos com a cultura estrangeira. Assim, com imagens bonitas em alguns momentos, escuras em outros, assistimos a história da filha de Ana Bolena, mais uma das mulheres que perderam a cabeça pelo rei Henrique VIII. O filme nos mostra um Sir Francis Walsingham brilhantemente maquiavélico, quase um Merlin, que controla os acontecimentos da história de sua época. Por pouco, se o diretor quisesse, o filme poderia se chamar Walsingham e Elizabeth seria, aí sim, uma forte concorrente ao Oscar de melhor coadjuvante. Enfim, Elizabeth parece um seriado histórico da BBC filmado para a tela grande.

Cate Blanchett impressiona na tela. Também com aqueles vestidos e aquela palidez, a moça tinha de agradar. Porém, é um exagero vê-la competindo com Fernanda Montenegro. Blanchett, interpretando uma rainha de um tempo e lugar que não conhecemos, poderia fazer as mais estranhas expressões que poderiam passar por apropriadas. Mas sua interpretação não pode ser equiparada a riqueza de detalhes do amargurado personagem de Fernanda em Central do Brasil.

O filme traz um brinde extra. A participação de Fanny Ardant, sempre bonita, como uma nobre e selvagem francesa, cujo personagem se contrapõe a alvura de Elizabeth, a Rainha Virgem.


cotação:  


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14março1999
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