Filme: Deuses e monstros, Bill Condon


 
 

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Deuses e monstros Gods and monsters

o deus e seus monstros

- eugenia corazon -

O filme Deuses e Monstros é cativante por vários motivos. O personagem do diretor James Whale, que dirigiu o clássico Frankenstein, interpretado magnificamente pelo ator Ian McKellen, ficará na história como mais uma injustiça da premiação do Oscar. Ou seja, um caso típico, dado que o Oscar se pauta e se destaca pelas injustiças. O diretor Bill Condon se aproveita da matéria prima que lhe caiu nas mãos e trata de enquadrar McKellen em planos íntimos, detalhando as nuances de suas expressões faciais, nos transmitindo as emoções do velho diretor em seus últimos dias. Assistimos o ocaso de uma vida fascinante, que transita da miséria, passa pelos horrores da guerra, até atingir o Olimpo, o sucesso na arte máxima: a direção cinematográfica. É um deus que morre.

O velho Whale, sedutor, escancaradamente homossexual, se interessa pelo jovem jardineiro de sua mansão. Deuses e Monstros nos apresenta as facetas do relacionamento do deus com seu último monstro. A semelhança entre o belo rapaz e o horrendo Frankestein estabelece, apenas com imagens, o paralelismo entre os dois personagens. Afinal, os dois tem o crânio chato, ou cabelo cortado em ângulo reto, "para facilitar abrir a cabeça e colocar um cérebro" como diz o personagem principal a certa altura do filme. De um lado, o fascínio do jovem simples e pobre pelo senhor sofisticado e rico. Do outro, o homossexual assumido em busca de seu último garoto. É um belo esgrimir de personagens, com os avanços e recuos do jogo de sedução. O ator Brendam Fraser, interpretando o jovem Clayton, apenas faz a base para o solo virtuoso de Iam McKellen. A coadjuvante Lynn Redgrave reforça a qualidade do filme com excelente trabalho no papel da governanta Hanna, também indicado para o Oscar, também injustamente perdido.

Ficamos assim: um roteiro bem concebido, duas exibições extraordinárias de atores, bom ritmo, boa fotografia. Que mais podemos pedir? Só nos resta sucumbir à sedução do cinema.


cotação:  


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05abril1999
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