- Eugenia Corazon - Sexto Sentido (para iniciados) Puxa, que bom poder comentar o filme sem ter que esconder o final! Sexto Sentido não é um filme de terror. Se for para dizer qual o tema do filme, eu diria que é mágica. O filme trata da arte de esconder o fato principal com movimentos laterais, como aqueles que os mágicos fazem com uma mão enquanto, com a outra, escondem a moeda. Bruce Willis nos mostra isso no filme. E o diretor Night Shyamalan faz esse truque ao longo de todo o filme. É uma grande brincadeira de cinema. Um exercício de deslocamento de ponto de vista. Uma montagem onde o posicionamento do contador da história nos encaminha para uma leitura superficial e tradicional dos acontecimentos. Mas - essa é a mágica - a verdade da história é outra. Sexto Sentido é filme para se ver duas vezes. Daqui a alguns meses, pegar a fita na vídeo locadora, se armar de pipoca e CocaCola, e acompanhar as narrativas das diferentes realidades: a visão da mãe, a visão do menino e, ainda, uma terceira, o ponto de vista do médico. Aí, vamos lembrar, com prazer, a cena do restaurante (didaticamente repetida no final); ou aquela do médico correndo atrás do carro do novo namorado de sua esposa; ou o médico no sótão vendo o namorado convidar sua mulher para uma viagem de fim-de-semana e tantas outras. O que vocês acharam da cena da mãe chegando com o filho e "deixando" o garoto na companhia do Dr. Crowe (Willis)? Por que naquela hora não estranhamos a mãe não cumprimentar o terapeuta? Você sacou tudo antes? Eu não! Fui enganado direitinho pela mágica de Sexto Sentido. E olha que, no fundo, a história é a mesma de Ghost. O artista principal morre no início! Mas, a gente, como os fantasmas da história, só vemos o que queremos ver. Ainda mais quando o diretor e o roteirista dão uma mãozinha. |
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