Filme: Corra, Lola, Corra, Tom Tykwer


 
 

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Corra, Lola, Corra Lola rennt

Corra, Lola, Corra

- ernesto friedman -

Tarde de sábado chuvosa. O que fazer? Cinema! Para o filho pequeno e o amigo: Fim dos Dias. Para os pais: Corra, Lola, Corra. O filme do Schwarzenegger está no Cinemark do novo shopping de Botafogo. Toca pra lá. Praia de Botafogo engarrafada. Todo mundo teve a mesma idéia: conhecer o novo shopping. A mãe fica na porta do prédio e o pai vai procurar uma vaga. Tudo cheio. Não há vagas nos quarteirões em torno da antiga Sears. Enfim, uma vaga na praia. Às pressas, caminhada até o shopping. Lá dentro, uma multidão circula alheia às obras de conclusão das lojas que ainda vão abrir para aproveitar as vendas de Natal. Sobe oito andares de escada rolante para chegar aos cinemas. É um shopping vertical. Na garagem, junto às escadas, restos de embalagens, pilhas de papelão, papéis e madeira. (Pensa num incêndio. Deus me livre. Povo correndo nas estreitas escadas rolantes. Carrinhos de bebê desembalados, descendo escadas com mães gritando ao fundo. Eisenstein. Sai fora pensamento ruim!) Em frente ao Cinemark, o filho, relaxado, compra pipoca. Cadê sua mãe? Desceu pra te encontrar no posto de gasolina em frente ao shopping. Desce oito andares de escada rolante. A mãe já ansiosa no posto. Apressados, pegam o carro para ir ao Estação Museu da República. No parque: clima de domingo. Amplas alamedas. Casais de idosos que passeiam. Tempo para um café antes do filme. Enfim: Corra, Lola, Corra. A heroína corre todo o filme. Belo exemplo de montagem e fotografia. Ritmo alucinante. A música certa. Filme simpático. Parece filme de estréia. O diretor se exibe o tempo todo. O roteiro podia ser melhor. Feitiço do Tempo foi muito mais eficiente em idéia semelhante. A bela Franka Potente (Lola) exibe grande capacidade aeróbica soltando ao vento seus cabelos vermelhos durante os vinte minutos de que dispõe para resolver seu problema. Final do filme. A platéia está arfando depois de tanta correria. Mas não há tempo para refletirem sobre a desembalada Lola. Têm de ir buscar as crianças que estão no alto da torre. Inferno na Torre? Um arrepio. Chegam à praia de Botafogo. Alívio. Deus é carioca. Não foi dessa vez que toda aquela madeira e papel pegaram fogo. Conseguem entrar no estacionamento do shopping. De carro, subindo através de espirais infinitas, chegam ao oitavo andar. As passagens para os carros, estreitas e íngremes, já mostram as marcas deixadas por motoristas menos ágeis. Os garotos estão tomando sorvete. Sorte. Uma mesa fica vaga na varanda. Oitavo andar, vista para a enseada de Botafogo, bonito. Uma mureta onde se pode subir para olhar melhor a vista. Tomara que não haja um suicida na área. Os meninos não gostaram de Fim dos Dias. Acharam o roteiro fraco. E eles têm 14 anos! Ou a temática é complexa ou a história é chata mesmo. Fila para pizza. Não tem mais gelo. O senhor aceita Coca-Cola quente? Crianças choram em volta. Como é que tantos carrinhos de bebê conseguem se esgueirar até um andar tão alto? Parece Feira da Providência vertical. Aquela poeira no ar deve ser ruim para os bebês. Mas quem agüenta ficar em casa? Vão embora. Começa a descida. Esquece de pagar o estacionamento. Volta para o caixa no terceiro andar. Mais voltas na espiral e, sucesso, estão na rua. Acabou. Um programa tranqüilo. Deu tudo certo.


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13dezembro1999
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