Mero Acaso Martha, Meet Frank, Daniel and Laurence

Water, sugar e love

Ano novo. Vida nova. Sábado, primeiro dia de 2000. Que fazer? Que tal um cineminha? Vamos! Para tornar a programação mais excitante, decidi por experimentar o Cinemark da Barra da Tijuca. Fica dentro do shopping Downtown. O cinema (na verdade, 10 salas de cinema juntas) é todo jeitoso: as cadeiras são confortáveis, boa projeção. Tudo organizado que nem os parques da Flórida, o que não surpreende, pois eu estava na Barra!

O ritual do cinema foi bem interpretado pelo Cinemark. A pipoca e Coca-Cola são especiais. O saco de pipoca era tão grande que eu podia meter a cabeça lá dentro. E, pasmem, tinha direito a refill (perdoem o excesso de inglês, mas trata-se da Barra da Tijuca, tenho que respeitar o idioma local). O copo de Coca-Cola também impressionou, trazia um litro de refrigerante bem medido. Enfim, boas condições para se ver um filme. Tirando os moradores da região, é um bom lugar para se freqüentar.

Mas, falando de cinema, o ano de 1999 consagrou o gênero que atende pela definição "um casal simpático e um faturamento alto". Lembram de Meg Ryan e Tom Hanks em You've got mail? Agora mesmo, o mais novo exemplar deste estilo de filme está estreando, com Bruce Willis e Michelle Pfeiffer. Por sinal, a Michelle é figurinha fácil desses pares românticos. Já esteve com Robert Redford, George Clooney e, num filme mais pretensioso, com Al Pacino.

Dentro desses filmes de casais, tem uma categoria especial voltada para promover a integração racial entre Estados Unidos e Europa. A Meg Ryan fez o par franco-americano com Kevin Kline, em French Kiss, onde ele é uma caricatura de francês que chega a ser engraçada. A integração França-Estados Unidos já havia sido usada em Green Card, onde Gerard Depardieu fez um bom francês, pouco afeito a banhos, que conquista Andie MacDowell. O casal 20 desses filmes em 1999 foi Julia Roberts e Hugh Grant, que fizeram o agradável Notting Hill, onde a estrela do cinema americano se envolve com um tímido livreiro inglês. Mero Acaso (Martha, Meet Frank, Daniel and Laurence) é desse ramo cinematográfico. O excesso de gente no título pode conduzir a outra interpretação, mas é uma comédia de erros, com centro no amor entre duas almas carentes: um inglês e uma americana.

Mero Acaso é produção dos EUA, mas a locação na Inglaterra e o elenco garantem a etiqueta de uma verdadeira comédia inglesa. A heroína do filme é americana e cria boas situações quando encontra os Frank, Daniel e Lawrence do título original. O roteiro é bem construído. Tem um pouco Carne Trêmula no estilo. Ou seja, a história vai se explicando aos poucos, mostrando as versões de cada personagem. As personalidades masculinas distintas criam espaço para bons diálogos. O psiquiatra da história é um ótimo profissional.

O ritmo de Mero Acaso é as vezes lento e pode cansar alguns, mas, na média, a gente gosta. O estreante diretor Nick Hamm, que em 1998 estava saindo da tevê, faz um filme americano com humor inglês. Não mostra especial competência, mas não estraga a descompromissada comédia. O par romântico do filme foi bem escolhido. As jovens ficam suspirando pelo Shakespeare Jodefh Fiennes. Já a platéia masculina vai curtir mais quieta, mas não menos empolgada, a beleza travessa da Martha (Monica Potter de Patch Adans). Mero Acaso fica na classificação dos filmes simpáticos. É a boa comédia água com açúcar para embalar o fim-de-semana.

cotação:

- Eugenia Corazon -

 
 

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09janeiro2000
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