O talentoso Ripley The talented Mr. Ripley |
||
O talentoso Matt Damon Pode parecer que no filme O talentoso Ripley (The talented Mr. Ripley) de Anthony Minghella, o personagem principal esteja à procura de dinheiro e conforto. Não é verdade. O que persegue o Sr. Ripley é um enorme desejo de apagar seu passado. Esquecer uma existência absolutamente medíocre. Ripley é um especialista em imitar e substituir personalidades bem sucedidas. Não consegue, entretanto, conviver consigo mesmo nem por alguns instantes. Sua existência é tão desprezível que nas poucas cenas em que ele aparece sozinho, está ocupado em se preparar para substituir alguém. Em nenhum momento, contudo, aborda-se essa questão pois não importa quem seja Ripley. Há pessoas completamente descontentes com a própria existência. O Ripley do filme vai além disso. Ele simplesmente não dá importância a si mesmo. Como se realmente não existisse. Seria muito difícil passar essa impressão ao público, se o ator que interpreta Ripley não fosse Matt Damon. É um jovem ator que já pôde provar seu talento em outras oportunidades. Apesar disso, foi completamente desprezado na indicação ao Oscar de melhor ator. Em compensação, foi indicado a esse prêmio no Globo de Ouro, em que o filme foi muito mais festejado. Apesar de ser considerado um evento que sinaliza quem vai vencer o Oscar, há quem considere o Globo de Ouro mais importante que o prêmio da Academia. Houve a indicação de Jude Law ao Oscar de ator coadjuvante. Sinceramente não entendi o porquê. Talvez por que ele seja bonito. Em minha opinião só Damom aparece no filme, o que é ainda reforçado pelas sempre insossas interpretações de Gwyneth Paltrow e Cate Blanchett. Mas a isso já estamos acostumados. O que a Academia evidentemente não desprezou foi a excelente trilha sonora de Gabriel Yared. Miles Davis tocando Nature Boy foi um achado. O próprio Matt Damon incorpora o talento de seu personagem, cantando My Funny Valentine, numa imitação impressionante de Chet Baker. Durante toda a exibição, somos premiados com as performances de Guy Barker e seu quinteto. Um presente, que certamente torna o filme ainda mais charmoso. - Arnaldo Heredia
- |
||
envie agora seu comentário sobre este artigo veja a opinião dos leitores sobre o artigo: O talentoso Ripley 03.02.2003
mais cinema Início da página | homepage Polemikos 06março2000 |