Erin Brockovich - Uma mulher de talento Erin Brockovich

O talento de
Julia Roberts

É a história que cativa o espectador sem compromisso, que vai ao cinema em busca de um momento de relaxamento. Erin Brockovich conta a história de uma pessoa comum que, apoiada em princípios básicos da cidadania, enfrenta uma grande corporação, um vilão anônimo que despreza os seres humanos da vizinhança. A pessoa comum da história, a Erin Brockovich, que realmente existiu, era um tipo exótico: divorciada duas vezes, sozinha, com três filhos, exagerada no falar e no vestir. Suas dificuldades e rudeza tornam mais fascinante sua perseverança na luta pelos direitos dos moradores vizinhos da grande indústria que, relaxadamente, jogava poluentes cancerígenos na água que abastecia as casas da região. História como essa daria apenas um bom filme de segunda ou terceira linha. Talvez um bom filme feito diretamente para passar na tevê por cabo.

Mas Hollywood não é boba nem nada. Para interpretar a personagem batalhadora, escalou-se, simplesmente, Julia Roberts. Aquela moça que ganha 20 milhões de dólares por filme e, que, ao que parece, faz jus a cada centavo desses milhões. O filme e a história são desenhados para girar em torno da jovem diva Julia. Retirou-se um personagem de mulher americana de extravagante personalidade e colocou-se, em seu lugar, o mito Julia Roberts. A atriz até interpreta. Mas Julia Roberts já passou dessa classificação onde se discutem as qualidades das atrizes. Ela é a pretty woman, que virou superstar, foi conquistar um plebeu inglês em Noting Hill e, agora, neste capítulo, é a supercidadã Erin Brockovich.

Esta edição de Julia Roberts fecha uma trilogia com Pretty Woman e Noting Hill. Seu guarda roupa, por exemplo, é um ponto de destaque no filme. As roupas seriam adequadas à prostituta que Julia interpretou em Pretty Woman. Os modelitos mereciam uma exposição. Com longas pernas, acentuadas em permanentes saltos altos e saias minúsculas, Julia se exibe com contida generosidade, como convém a namoradinha dos EUA. O filme é um desfile de blusas pequenas, soutiens que sobram das blusas e seios que sobram do soutien. Os seios de Julia Roberts podem concorrer ao Oscar de melhores coadjuvantes. Como são dois, que divida-se o prêmio! Dizem até que a moça aproveitou a oportunidade para exibir o efeito de recente reajuste do volume do silicone. Que seja! Eles ocupam bem a tela! The Oscar goes to...

O ator Albert Finney, fazendo o advogado dono do pequeno escritório onde Erin vai trabalhar, tem papel marcante no dueto com Julia. Está excelente. Além dele, para manter o padrão dos personagens masculinos dominados pela fêmea icônica Julia, o outro coadjuvante é uma figura pouco provável de se encontrar por aí. Imagine um bonito e carinhoso Hell's Angels que cuida das crianças enquanto Julia Roberts faz justiça. Tão improvável como a carreira da prostituta de Pretty Woman! Mas, quem liga pra isso?

E ao final, observem, o que Erin ganha é pouco. Não esqueçam que os advogados da história ganham 40% do valor da causa!

- Ernesto Friedman -


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19maio2000
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