Pão e Tulipas Pane e Tulipani

Humor e Sensibilidade

Fomos, meu marido e eu, ao Espaço Unibanco de Cinema este fim de semana, assistir Pão e Tulipas [Pane e Tulipani, Itália/Suíça, 2000], direção de Silvio Soldini, com a atriz italiana Licia Maglietta e o ator alemão Bruno Ganz (um dos anjos de Asas do Desejo, de Wim Wenders), uma deliciosa comédia romântica, com elenco carismático e situações ora divertidas, ora melancólicas...

O roteiro, escrito por Doriana Leondeff em parceria com Soldini, parte de uma idéia já bastante explorada no cinema: alguém que, em determinado momento, resolve dar uma guinada em sua vida. A história tem muito em comum com a de Shirley Valentine [Inglaterra, 1989], direção de Lewis Gilbert, roteiro de Willy Russel, interpretada pela atriz inglesa Pauline Collins, mas apresenta uma visão e humor bem "italianos".

No elenco há ainda o ótimo Felipe Andreasi, um mal-humorado anarquista dono de uma floricultura; Marina Massironi, a vizinha zen, que trabalha como esteticista e massagista esotérica; Giuseppe Battiston, um encanador, apaixonado por histórias de detetives, contratado pelo marido da protagonista, Antonio Catania, para localizá-la.

O cenário da história é a bela e romântica Veneza. O ponto de partida da trama: o inusitado e surpreendente fato da dona-de-casa, vivida magistralmente por Licia Maglietta, numa excursão de ônibus com o marido e filhos, ser esquecida numa das paradas. Decide então voltar sozinha pra casa, de carona, quando passa por Veneza e resolve ficar na cidade, realizando, assim, um antigo sonho de conhecê-la. Lá, encontra, entre outros personagens, o melancólico e solitário garçom vivido por Bruno Ganz (excelente no papel). Daí em diante, suas "férias domésticas" ganham um novo colorido e despertam sensações esquecidas como liberdade, solidariedade, amizade, trazendo ainda de volta a música em sua vida...

O roteiro aborda e critica, sutilmente, o cotidiano monótono e desgastante de uma mulher dedicada aos cuidados exclusivos da casa e da família.

Um filme simples, delicado, sensível, feminino. Imperdível.

- Clélia Riquino -
colaboradora

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29janeiro2001
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