Filme: Lúcia e o Sexo, Julio Medem


 
 

cinema

Lúcia e o Sexo Lucía y el sexo

Lúcia, a Ilha, a Lua e... o Sexo

- ernesto friedman -

Lúcia e o Sexo. O título é enganador. Colocar sexo no nome do filme foi técnica de marketing – bem sucedida, por sinal – para levar pessoas ao cinema. O filme tem realmente cenas de sexo. Incomuns nus frontais masculinos e femininos acompanhados de generosidade nas cenas de ação sexual atraem o interesse dos espectadores e dão mais fôlego à platéia para acompanhar as reviravoltas da história. Tem sexo no filme, mas a ilha onde se passa boa parte da história e a Lua, que tem papel destacado como coadjuvante, poderiam ficar no título com mais propriedade. Lúcia e a Lua ou Lúcia e a Ilha seriam títulos pertinentes. Infelizmente, não teriam o apelo do sexo. Mas, algum mérito o esperto diretor Julio Medem merece. Pode-se dizer que ele exagerou no uso do sexo nas cenas e no próprio título, mas "Por que não?". Rosto e corpo bonito todo mundo gosta de ver. A atriz principal, Paz Vega, é uma graça. Vejam na foto ao lado o modelito que a moça usou no Festival de Cannes 2002. Não queria passar despercebida, pois não? Outra atriz – Elena Anaya interpretando Belen – protagoniza bons diálogos eróticos com o escritor num ingênuo banco de parque infantil. Enfim, a leve ousadia de Julio Meden em relação ao sexo é saboreável. Por que, afinal, as cenas de sexo têm sempre que acabar com a imagem se escurecendo? E mais, o filme tem a cena de um pênis em ereção. Não acrescenta à história, mas não deixa de ser novidade.

A história de Lucía enreda os personagens dando voltas e misturando seus destinos. Um escritor que se envolve com uma bela e dedicadíssima fã é o relacionamento central do roteiro. A fã é Lúcia (ou Lucía, no original, que soa tão bem), interpretada por Paz Vega. A história do escritor me pareceu mais importante no filme de que a própria Lúcia, entretanto, a moça fotografa melhor que o ator Tristán Ulloa (que faz o atormentado escritor Lorenzo Álvarez) e se sai muito melhor nas cenas de sexo. Assim, coube ao personagem de Paz Vega o lugar nobre no título do filme.

O roteiro apresenta certa criatividade. O modelo de outro espanhol, Amores Perros, parece ter influído. Personagens curiosos conduzidos pela mão do destino conseguem prender nossa atenção para a história. O uso de flashbacks fica no limite do compreensível para permitir o entendimento do filme pelo espectador menos atento. Surgindo qualquer dúvida, uma conversa à saída do cinema é suficiente para esclarecer. A fotografia tem um detalhe: foi feita em digital. Não acrescenta grande coisa. Talvez até perca um pouco da textura nas cenas ensolaradas, muito comuns no filme. O saldo acaba sendo positivo. O cinema espanhol não chega a brilhar em Lúcia e o Sexo, mas consegue a atenção do público e os necessários trocados para continuar disputando o mercado.


cotação:  


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09setembro2002
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