Lance de sorte Good Thief simpáticos perdedores
Mais um remake na praça. O original, Bob le Flambert é de 1955. A tendência é irreversível. Os americanos refilmam tudo, principalmente os filmes estrangeiros. Neil Jordan (de Entrevista com o Vampiro) dirigiu este Good Thief, que teria o natural e adequado título em português "Bom Ladrão". Entretanto, os gênios da distribuidora nacional trocaram, talvez para ficar mas óbvio, por Lance de Sorte. Então tá bom. É filme sobre grande assalto. Essa afirmação é verdadeira, mas não é bem assim. Na realidade, é um filme sobre a figura de Bob, o ladrão decadente com o qual todos simpatizam, inclusive nós, os espectadores. A figura de um ladrão no ocaso de sua mal sucedida carreira (seis prisões no prontuário) é o centro da história. O objetivo de Neil Jordan é jogar com a interpretação de Nick Nolte no papel do fracassado Bob. Nick fica muito bem no papel. Ele já fez algumas figuras parecidas, mas seu jeito de viciado em heroína desiludido recitando filosofia de esquina é cativante. Como a platéia não é de ferro, para equilibrar a depressão do nosso herói, Neil Jordan escalou a russinha Nutsa Kukhianidze, interpretando Anne, típica jovem perdida, oriunda da Europa Oriental, iniciando carreira na prostituição. Ela e Nolte formam par perfeito para exercitarmos o voyeurismo cinematográfico. A interpretação de Nolte chama atenção, suas longas falas são eficientes em nos cativar e nos fazer torcer pelo bom ladrão. A menina é um sucesso na frente das lentes. Jordan é generoso nas tomadas em que ela aparece. Assim, nos deixamos levar pela conversa de Nolte e a imagem magnífica de Kukhianidze. Como ela mesmo diz no filme, "é como se eu fosse de ouro e todo mundo quisesse tirar uma lasquinha". A platéia faz isso mesmo e tenta tirar pedaço dela com o olhar. você pode comprar filmes pela internet envie agora seu comentário sobre este artigo mais filmes início da página | homepage Polemikos 03março2004 |