Farenheit 9/11
Farenheit 9/11
o ótimo panfleto de Moore contra Bush
informação importante: Michael Moore é o sujeito da esquerda na foto ao lado
O filme Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, fez história ao se tornar o documentário de maior sucesso de público nos EUA. O filme faturou mais de 100 milhões de dólares só nos States, ou seja, aquele gordo de olho miúdo que apavora os políticos e CEOs americanos, agora, também é rico. Moore está com grana para financiar seus projetos, que têm como norma perturbar o sistema americano. O cara vai encher o saco de muita gente.
Seu filme gerou tensão na mídia. Aparentemente, a imprensa escrita, falada e televisada do centro do Império ficou indignada com o ataque de Moore ao néscio presidente americano. No filme, Bush aparece como um sujeito preocupado com seus negócios e os de seus amigos, pouco se lixando para alguns problemas menores, tais como o valor da vida dos rapazes americanos que, como soldados, têm que fazer o trabalho sujo da invasão do Iraque. A imprensa alinhada com os republicanos ficou eriçada de ódio. (Ótimo!) O tom adotado por Moore, escrachadamente contra Bush, claramente parcial, às vezes pouco preciso, foi criticado fortemente por quem apóia o atual governo. Eles buscaram esvaziar o valor de tudo que aparece no filme. Mas, nem tudo é parcialidade. Se olharmos com atenção, veremos que a mídia ficou mesmo foi de saia justa por não ter tratado seriamente ou dado a importância devida aos vários temas que Moore aborda em seu filme-panfleto. As ligações financeiras da família Bush com os Bin Laden da Arábia Saudita ficaram mal explicadas. O motivo para fazer a guerra já foi comprovado como farsa ou incompetência do mais alto grau. Os dois motivos justificavam o impeachment de Bush. O presidente enganou a nação e todo o planeta invadindo um país soberano sem justificativa. A imprensa não se incomodou muito em discutir isso antes. Todo o país se alinhou automaticamente ao presidente e sua guerra, que ele dizia ser contra o terrrorismo. Também são impressionantes as cenas trazidas por Moore mostrando a incapacidade de Bush em reagir a uma situação de crise do porte do ataque de 11 de setembro. É constrangedora a imagem do presidente petrificado enquanto seu país era atacado. Eu nem sabia disso até ver o filme. Esta fraqueza fere a imagem do presidente que os americanos fantasiam como símbolo de sua força. Eles vêem o vesgo Bush, mas fantasiam que é o Harrison Ford. A imagem que Bush vende de si mesmo, como nosso finado Fernando Collor também fez, é próximo de um Superman, que se fantasia de Rambo para declarar o “fim das atividades” em um porta-aviões americano. Depois desse final das atividades já morreram cerca de 400 soldados da força aliada de invasão ao Iraque.
O impacto do filme é grande. Os cidadãos americanos, depois de vê-lo, devem voltar para casa com uma pulga atrás da orelha. Mesmo que os presidentes, nos intervalos do trabalho na Casa Branca, enfiem charutos em partes íntimas de estagiárias ou que fiquem letargicamente imóveis enquanto o país está explodindo em Nova York, o povo não gosta de vê-los sacaneados. Há um respeito solene do americano à figura de seu presidente. Mas todo esse pudor é hipócrita. Se a forma de Fahrenheit 9/11 é muito radical, o filme se defende ao mostrar o quanto o staff atual também faz de tudo para sair bem na foto. Mostra que a preocupação com a imagem é muito maior do que com o conteúdo. Somos manipulados todo o tempo para ver alguma seriedade naquele grupo de espertos. O que se vê no filme é um presidente medíocre administrando sua imagem de super-herói e defendendo interesses não necessariamente alinhados com aqueles dos cidadãos dos EUA. Os americanos, estando prestes a votar para presidente, ficam sabendo que Bush gosta mesmo é de ficar em férias, adora se relacionar com árabes ou a elite rica dos EUA e está pouco se lixando se apenas os pobres e negros é que vão servir de bucha de canhão frente aos iraquianos.
O filme é importante para o momento político atual dos States. Pode ter sido a melhor peça de marketing da campanha do senador Kerry, que disputa a presidência contra Bush. Já disseram que seu valor como formador de opinião, que pode definir esta eleição, é um fenômeno histórico.As pessoas pagaram para ver o filme. Pagaram para receber uma mensagem clara e contundente contra Bush. O filme atinge o jovem americano que não sabia porque estava indo levar tiro no deserto. Esses rapazes podem perceber que o motivo é aquele que move os donos do capital: a grana! O filme atinge os negros que descobrem serem os principais fornecedores de mártires no Iraque. O filme mostra que Bush tentava se alinhar com os talibãs independentemente do tratamento cruel que eles dispensam às mulheres. O filme de Moore tem de ser visto. Discuti-lo e criticá-lo, a favor ou contra, é um bom exercício de análise. Depois de vê-lo, eu também fui influenciado, fiquei com a certeza de que Bush precisa ser tirado de seu trono em Washington. Infelizmente, nós, os súditos brasileiros, ainda não votamos para definir o Imperador do Planeta. Por enquanto, podemos apenas torcer. Somente pelo engodo da guerra ao Iraque sem motivo justificado e sem apoio internacional, Bush deve sofrer impeachment planetário. Fora!
Em tempo, sobre o filme: tem uma edição excelente e a quantidade e qualidade das imagens sobre Bush e suas estripulias é impressionante. Grande filme.
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Polemikos
29agosto2004
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