Filme: Totalmente Apaixonados, Bart Freundlich


 
 

cinema

Totalmente Apaixonados

Acreditem nos Homens

mas uma comédia romântica para relaxar e aproveitar

- ernesto friedman -

É o tipo de filme em que a propaganda boca-a-boca funciona. Tomem-se alguns artistas conhecidos, criem-se personagens problemáticos (como cada um de nós é um pouco), ponham-nos numa cidade charmosa (no caso: Nova York), uma pitada de virtude em cada um, algumas fraquezas também, leve ao forno e ... voilá: temos um filme para colher boa bilheteria. O pessoal vai ao cinema, relaxa, fica satisfeito e comenta com os amigos. A corrente mantém a bilheteria gorda e o filme vai ficando no circuito. Os filmes para os jovens, com suas estripulias movidas a efeitos especiais, estão esgotando a paciência dos adultos. As comédias de acertos e desacertos no amor são filão excelente. A produção delas tem aumentado. E o faturamento também, já que os mais velhos tendem a ter mais dinheiro para gastar.

Totalmente Apaixonados é agradável passatempo. O título nacional é apenas uma artimanha para pegar o público em busca de filmes fáceis e românticos. O diretor Bart Freundlich não tem trabalhos anteriores de destaque. Num estilo mais frouxo que o de Woody Allen (em quem o diretor disse se basear), o roteiro trata das dificuldades de dois casais conduzirem seus relacionamentos. São irmão e irmã com seus respectivos. Felizardos moradores da Big Apple, podem desfrutar de seus restaurantes e cafés. Esta cidade continua a ser excelente coadjuvante. A história se resume em: todo mundo trai um pouco e no final ... bem, vocês vão ver o final. Será que o título em inglês “Trust the Man” (Acredite no Homem) sugere que as mulheres devem esperar, que, no final, os caras sempre se mostram razoáveis e apaixonados. É tese difícil de defender.

Os homens são os personagens mais interessantes da história. David Duchovny, o detetive de Arquivo X, mostra-se adequado para representar um cara não chegado a grandes decisões. Seu personagem é Tom, um sujeito bonito, com jeito de pateta, ou seja, do jeito que as mulheres gostam. O tipo desprotegido faz grande sucesso na platéia feminina. O personagem de Duchovny tem um bom momento numa reunião de adicts de sexo. A descrição de seu “problema” é muito engraçada. Arranca boas gargalhadas. O outro homem, é Tobey, interpretado por Billy Crudup. Casado com a irmã de Duchovny, o personagem é um tipo desleixado, que em alguns momentos beira o tipo escatológico. Ele também tem dificuldade em tomar decisões e uma preocupação recursiva com “podemos morrer amanhã”. No final do filme, Tobey é capaz de uma declaração de amor que poderá aparecer no futuro nas antologias das cenas mais românticas. Um pouco forçada, mas eficiente, dá para ouvir alguns suspiros (femininos) na platéia. Sem dúvida a cena é piegas, mas o povo está querendo é isso mesmo. Entre as mulheres, a atriz Julianne Moore apresenta sua beleza diferente: uma estranha combinação de queixo e pescoço. Reconhecidamente competente, ela carrega o personagem, apesar de algumas ambigüidades do roteiro. A outra atriz do filme, Maggie Gyllenhaal, cumpre seu papel burocraticamente. Uma coadjuvante brilha. A beleza imediata de Eva Mendes é útil para compor a mulher cuja simples existência tumultua os relacionamentos. Ela é a belezura que aparece no meio na foto acima.

Estamos carentes e tolerantes. Uma meia comédia com soluções fáceis e algumas tiradas medianas já nos deixam felizes no cinema. Nesse contexto, o filme funciona. Se bem que é melhor esperar para ver o DVD em casa. O custo/benefício fica melhor. Resumo da cotação: Dá para esperar o lançamento do DVD.


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05julho2007
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