O Dia do Atentado Terrorista 

Não esqueceremos este dia. Um ato de terrorismo, onde aviões comerciais são lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, em Nova York, supera nossa imaginação mais cinematográfica. Mas ... os dados e as imagens desse dia vão passar sob nossos olhos em intermináveis e repetidas reportagens. Enquanto isso, aproveitemos para exercitar nossa capacidade de análise. Vejamos:

  • Marketing: Os objetivos do atentado foram escolhidos milimetricamente. Se você deseja atacar o maior e mais poderoso país capitalista do mundo, é perfeito você atacar seu centro de controle militar, o Pentágono, e o maior (literalmente) símbolo de sua supremacia comercial, o World Trade Center.
  • Plano: Os terroristas mostraram surpreendente capacidade de planejamento! Se é difícil viajar em aviões internacionais portando armas de fogo, por que não se aproveitar da relaxada segurança de vôos domésticos e usar facas e punhais para dominar a tripulação e passageiros? A segurança dos aeroportos, sem armas de fogo e em vôos internos nos EUA, é facilmente ludibriada. Para reduzir a capacidade de resposta dos órgãos de segurança  escolheram-se vôos partindo de aeroportos perto dos alvos.
  • Eficiência: O arquiteto do plano terrorista foi eficiente na estratégia para garantir que os objetivos fossem cumpridos. Assim, vários seqüestro simultâneos, aumentaram a chance dos resultados. Por exemplo: se apenas uma das torres desabasse, já seria um ato de terror magnífico. Ao que parece, a eficácia foi de ¾. Só um avião não atingiu alvo significativo.
  • Controle: Manter secreto um plano que envolve grande número de pessoas é muito mais difícil. Os terroristas conseguiram. Um crime dessa ordem foi planejado e executado sem haver vazamento de informação.  
  • Visibilidade: O fato de utilizar várias ações combinadas garantiu a cobertura da tevê. Todos vimos o segundo avião se chocar contra o World Trade Center. Eu, até agora, não vi o primeiro choque. Enfim, não basta cometer o maior ato terrorista da história, tem que fazer com que todo o povo americano (e o mundo) assistam o terror pela televisão.
  • Treinamento: Uma questão importante: quem pilotava os aviões? É difícil coagir um piloto a jogar sua aeronave contra um prédio. Arrisco dizer que treinaram-se pilotos. Ou, pelo menos, treinaram-se kamikazes para que conseguissem manobrar os aviões no ar (que é muito mais fácil do que decolar ou aterrissar) na direção final de choque contra as torres. Nesta área fica um mistério. Talvez as caixas pretas, se conseguirem encontrar, nos digam algo sobre os terríveis momentos que se passaram nas cabines dos aviões.
  • Incompetência: Somos treinados pelo cinema americano para acreditar na soberania do poderio tecnológico dos EUA. Hoje, tudo falhou. A CIA e FBI, se fossem empresas privadas, teriam seus diretores demitidos sumariamente. Estes órgãos de segurança não souberam de nada. Como um projeto terrorista desse porte passou desapercebido?
  • Vítimas: O quanto sofreram os passageiros? Sabiam do final que os aguardava ou, os terroristas, para manter o controle da situação no pouco tempo que precisavam, mandou que fechassem as janelas. E nos prédios? Houve tempo para boa parte das pessoas abandonarem os prédios. Mesmo assim, provavelmente, entre 10 e 20 mil pessoas pereceram sob os escombros. Mais uma nota triste é a morte de cerca de 250 bombeiros que tentavam salvar vidas.
  • Mensagem: O discurso do presidente há pouco mais de uma hora atrás afirma que "trará justiça e não diferenciará os terroristas daqueles que os protegem". Também agradece "o apoio do senado americano ao presidente". Caros leitores: Está pronto o cenário para uma invasão do Afeganistão ou seja lá o que for necessário acontecer para saciar a sede de vingança e demonstrar a força dos americanos.

Não tenham dúvidas, não esqueceremos o dia 11 de setembro de 2001.

- Ernesto Friedman -


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11setembro2001
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