Zazá Bistrô Tropical
Rua Joana Angélica, 40. Ipanema. tel. 2247-9101
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- gustavo gluto -
(em 30.07.2000)
Uma sexta-feira de noite é uma boa ocasião para uma excursão a um lugar onde possamos fugir da cozinha burocrática brasileira, ou, mesmo, de nossa pesada cozinha de impacto (churrasco, feijoada e o arsenal baiano, por exemplo). Existem os restaurantes japoneses, um ou outro indiano, mas os gostos variam mesmo conforme os molhos italianos que se encontram por aí. Dentro desse cenário limitado, é auspicioso encontrar um lugar exótico bem no coração de Ipanema. Trata-se do Zazá. Na esquina de Prudente com Joana Angélica, o lugar chama atenção pelo estilo. Mesas em ferro e tampo de vidro na porta permitem a espera mais confortável para os comensais. E, como o lugar é pequeno, esperar faz parte do programa. Afortunadamente, o amigo que me acompanhou foi previdente e nos reservou uma mesa. Ficamos no segundo andar da casa. Para entrar no espaço das mesas, você deve tirar os sapatos e se sentar sobre almofadas ou algo semelhante a cadeiras, exceto que possuem pés com apenas dez centímetros de altura. As sete grandes mesas desse ambiente são baixas e ficamos instalados no chão como nos restaurantes japoneses. Bastante exótico. Essa proximidade da posição horizontal cria situações interessantes pois, ao longo da refeição, quando o álcool ou o cansaço de uma semana de trabalho aparecem, é fácil ver comensais que se estiram no chão derrubados pelo torpor pós-alimentar.
A comida no Zazá é muito boa. Meu amigo sintetizou bem: uma cozinha fusion. Nas entradas, encontramos bolinhos de bacalhau com gengibre, trouxinhas (ótimas) de frango com camarão e amendoim. O frango que escolhi era tipicamente indiano, com curry, arroz frito, cenouras, bananas e castanhas. E estava uma delícia. A combinação foi bem dosada. Pode-se experimentar também, um filé mignon acompanhado de legumes e molho de ostras. O tempero é forte. O cliente é consultado se quer sem pimenta, com dosagem light ou, para profissionais, com a pimenta carregada. Você decide.
Para os bebedores, a carta oferece uma coleção de cachaças para serem degustadas. Entretanto, vi vinho, uísque e champanhe circularem. Como não gosto de cachaça, fui de caipivodka clássica de limão, a propósito, muito bem feita.
O segredo do lugar não é segredo. Zazá simplesmente mistura ingredientes fortes, com grande influência da cozinha oriental, de modo a conseguir agradáveis surpresas ao nosso paladar. A comida, a decoração carregada de velas que lembra os restaurantes indianos de Agra, os corpos da fauna ipanemense lançados ao solo, formam uma experiência que transcende o aspecto gustativo. A conta acaba um pouco alta. As excentricidades custam caro. Mas Zazá vale uma excursão.
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