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EL pATIO pORTEÑO
Parrilla Argentina

Rua Epitácio Pessoa, 1164, Lagoa. tel 2513-4225

Em tempos de vacas loucas, poder comer a carne argentina é um prazer a mais que os habitantes do cone sul podem desfrutar. Seja numa tradicional churrascaria de Buenos Aires ou num recanto turístico, como o Boliche Alberto, em Bariloche, o corte característico do Bife de Chorizo encanta os carnívoros praticantes. Para aqueles que professam o culto, o Rio oferece um bom santuário, El Patio Porteño, na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde se pode saborear excelente carne, num ambiente simples (mas com vista para a Lagoa!), preços acessíveis e bom atendimento.

Mas vamos ao que interessa. As carnes que recomendo são o afamado e já citado Bife de Chorizo Angosto (o contrafilé estreito) e, aquela que considero a rainha dos barbecues: a picanha, que os irmãos do sul chamam de Tapa de Cuadril. E onde se come boa picanha, se come boa carne. El Patio Porteño atende plenamente a esta regra. Sua picanha, servida fatiada num réchaud, é para se curtir pedaço a pedaço. Para temperar as carnes, o molho da casa, a base de ervas, vinagre, azeite y otras cositas mas, impressiona. A dosagem é fórmula secreta da casa. A salada de verdes com roquefort, saborosa e leve, diminui a culpa do devoto que se entrega às carnes, reduzindo a letárgica sensação pós-refeição decorrente dos excessos. Mas, não sejamos radicais nos cuidados com a saúde e peso. Uma boa pedida, por exemplo, antes do momento principal frente aos filés, é atacar uma Provoleta Parrillera. Retira a força da gana e dá mais serenidade ao comensal. Se você é uma pessoa liberada da pressão da dieta, outra opção, por exemplo, é a batata frita incrementada com salsinha e alho, um bom upgrade para o tradicional acompanhamento de farofa e fritas.

O vinho é de bom tom para acompanhar as carnes. Em pleno verão, fico um pouco constrangido em recomendá-los. É bobagem minha, mas sempre associo vinho com temperaturas frias. Por mais que os ares sejam condicionados, em janeiro, no Rio, é difícil dizer que a temperatura favorece. Entretanto, os fregueses do Patio Porteño não se acanham. O vinho aparece em muitas mesas e o champanhe, não sei se influenciado pela divulgação do Prosecco ou pela novela Laços de Ternura, está cada vez mais presente. Viva o merchandising! Mas, dependendo do dia, eu costumo acompanhar as carnes com a fiel e digestiva Coca-Cola. Perdão sofisticados, é uma falha de formação, que se há de fazer?

Se a culpa, resíduo de suas tendências vegetarianas, ainda sobrevive, conto pra vocês que na última vez que fui às carnes no Patio, vi saindo o Hans Donner e sua companheira Valéria Valenssa. Camaradas, se o designer e a obra de arte consideram que carne é adequada a manter as curvas, a textura da pele e agilidade para um bom samba no pé, quem somos nós para por em dúvida o valor deste alimento sagrado. Mais uma picanha pra dois, ao ponto, por favor!

- Gustavo Gluto -


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17janeiro2001
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