Caro Severino
Minha tristeza é a solidão. Isolamento que aplaco navegando na internet através das noites. De chat a chat. Procurando minha alma gêmea. A poesia que te envio tenta mostrar meus sentimentos. Você teria uma palavra para mim?

Náufrago

Perdida.
Como jóia falsa (modéstia)
escondida no mato que cresce.
Encoberta pela lama que junta
mas, ainda, existindo separada.
Passível de uma mão que afaste o mato,
de uma chuva que lave a lama.

Assim sou eu na rede
Nó perdido.
Seqüência de caracteres que qualquer um,
como uma mão,
como uma chuva,
pode esbarrar.
Achando.

Eduarda, Tijuca/RJ


a palavra de Severino:
A certeza de nossa preciosidade fica escurecida pela falta do espelho ou do eco. Eduarda, fique certa, você brilha nesta teia que nos enreda. Fique atenta que o bom esperador tem recompensa. Há que chover nesse sertão. Há que uma mão preferir seu afago ao teclado.

Sua solidão é tocante. Mas se toca menina. O cardume se desloca, mas não é desperdício colocar a jangada na direção certa. Desentoca que o mundo está a girar e, tenha a certeza: chove lá fora. Se nem tanto, do orvalho vem umidade suficiente para fazer brotar do melhor sentimento.

A mão que umidifica, Severino


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12junho1999
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