Homem Arretado Procura Mulher Frígida para Relacionamento Sério

 
 
Tarde de domingo é puro sofrimento. A certeza do batente no dia seguinte. A tortura dos Faustões, Gugus, Fantásticos devia ser crime inafiançável. Na minha vida passada devo ter sido uma peste pra me fazerem penar assim nesta encarnação. Então, fujo da tevê e tento algo aparentemente mais culto: ensaio de ler o magnífico semanário Veja.

Olhe que eu ando de boa índole. Acantonado, afeito a uns pensamentos, umas meditações. Coisas da idade, diriam. Abro a revista e logo de começo me deparo com a provocação: "Sexo só atrapalha" é o título da entrevista das páginas amareladas. Estou momentoso de paciência, de dar a outra face. Concedo, generoso, o benefício da dúvida. O texto da matéria cumpriria de explicar a bestice. Pois o que eu li a seguir me deixou longe de tranqüilo e tirou o resto da paz a que um homem justo deve ter direito no seu descanso semanal.

A escritora alemã parece tomada de irremediável sandice. Com frases de efeito, a germânica criatura perpetra afirmações que se mostram, no mínimo, contrárias a ordem pública. Já de início, ela apresenta esta pérola: "O homem de verdade deve se preocupar com os anseios de sua mulher, e não só com os seus 12 centímetros de masculinidade". Isto é um absurdo! Até concordo com a atenção merecida pelos ditos anseios. Afinal, onde os dois não brincam, ninguém se diverte. Mas, me preocupou a referência aos tais 12 centímetros. De quê? Temo que a moça se refira ao tamanho de um pênis masculino. Se for esta sua preocupação, a minha é muito maior. O que faço com o que exceder os 12 centímetros regulamentares anunciados pela escritora. Vejam que este é um problema de grandes dimensões! Digo a vocês que na minha terra, lá pra dentro da caatinga, 12 centímetros é tido como declaração de impotência. Mas como tamanho não constitui documentação, vamos colocar este assunto de lado.

Outro ponto importante do discurso provocador da escritora é sua menção ao infundado desinteresse dos homens por "discutir a relação". O preconceito da jovem senhora não se justifica. Os homens realmente não foram aquinhoados com os neurônios que obtêm prazer dessas interessantes conversas. Mas nos esforçamos! Já ouvi de vários camaradas como eles se concentram dedicados para, depois do ato sexual, manterem viva a conversa através de repetidos "hum, hum" ou "claro querida!" lançados em resposta ao questionamento da parceira. Depois de tamanha dedicação, ainda são injustiçados por elas, que se desesperam quando os machos sucumbem ao sono libertador e começam a roncar alto.

Depois de reler a entrevista, humildemente, concluí que talvez eu esteja aquém da temática complexa do debate em curso. A escritora Gaby Hauptmann diz que quer um homem para discutir a relação. Eu, na minha simplicidade, pergunto se não é o caso dela discutir o assunto com outra mulher, já que faz parte da genética feminina o apreço por tão ditoso esporte. Sugiro a dona Gaby que deixe para tratar com os homens das coisas onde a anatomia masculina pode ajudar.

No fundo, acho que tudo não passa de pura provocação. É uma campanha internacional para tirar o humor dos homens sadios. O propósito é atazanar a nós, guerreiros, que descansam antes do retorno à labuta na segunda-feira. Vou é tratar de procurar uma moça frígida para regenerar. É mais proveitoso.

- Severino -

 
 

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mais severino

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16.03..2003

Muito engraçado! Não há como negar... É muito engraçado, mesmo. Na verdade, as mulheres (na verdade, deveria falar só por mim...) estão cansadas dessa bobagem de entendimento, sabe? Na verdade (falando só por mim, para não comprometer a classe), falar demais é para quem não sabe o que fazer. E essa patrulha pros homens serem mais sensíveis e comprenssivos vai acabar gerando montes de boiolas. Mas, vale perguntar: Severino, o problema era mulhar ou falta de mulher? Parabéns pela coluna.


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01fevereiro2000
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