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- Debora Ramon -
colaboradora

Um ônibus chamado destino

Acabo de chegar em casa, depois de um dia inteiro de trabalho. A TV está ligada num canal por assinatura que transmite ao vivo o destino de 6 ou mais pessoas. Fico ali parada assistindo a cenas que  não pareciam ser reais, e sim de um filme polícial muito  ruim, pois a polícia só ocupou a cena sem saber como atuar.

Que vergonha para o nosso pais, as tragédias precisam acontecer para  que os governantes acordem  para reavaliar a segurança, para criar fundos, para cobrar de seus governadores  posturas há muito esquecidas.

Precisou um  homem de 21 anos, drogado, entrar em um ônibus, mudar o destino de algumas pessoas, ser manchete de jornal, para que a polícia do RJ pudesse perceber a péssima qualidade de seus soldados, a falta de treino para conduzir uma situação delicada como esta. Assistir ao sofrimento de pessoas sem poder agir torna-se constrangedor para qualquer cidadão normal, e para a polícia, que deveria estar apta para tal situação? E para o Presidente da Republica? E para os  familiares dos reféns? Quem tem o poder de brincar assim com o destino das pessoas.?


 
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18junho2000
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