Mulher do Ano Polemikos de 2001

uma figurinha muito especial

- ernesto friedman -

Antes que cheguemos ao meio do ano, Polemikos divulga a ganhadora do troféu Mulher Polemikos 2001. Estamos atrasados. Como dizemos: ou somos retardatários ou retardados. Você escolhe. Mas e a escolha da moça? Quem foi o ícone do ano que passou?

Fique claro que este não é um torneio de bundas. Assim, ficam excluídas todas as beldades com um tufão nos quadris, que nos encantaram com sua capacidade de manter a coluna íntegra depois de tanto contorcionismo em ritmo acelerado. Também colocamos para fora (do concurso) as transformistas que aumentaram peitos, diminuíram barrigas e, pelos feitos de seus cirurgiões plásticos, ocuparam a imprensa durante 2001.

Na política, não encontramos ninguém com visibilidade para disputar o título. No ano passado, ganhou Martha Suplicy por seu desempenho político. Este ano, ela se apagou no governo e foi manchete corneando o marido senador com o assessor do PT, Luiz Favre, que vem assessorando Martha em assuntos extra partidários. Polemikos, imbuído dos altos valores da família brasileira, tirou a governadora da edição 2001 de nosso imaculado prêmio.

Do lado artístico, na tevê, sempre tem mulher aparecendo. Giovanna Antonelli já tinha sido destaque como Capitu, a garota de programa que habita nossas fantasias politicamente incorretas. Agora, ela brilha em performances de dança do ventre, na novela O Clone. Aliás, esta novela devia ser proibida. Não prega o uso da maconha, mas incentiva a poligamia, que, como todos sabemos, é proibida por lei, que, como todos sabemos, é violada em larga escala em todo país. Voltando, apesar de achar Giovanna uma gracinha (sempre haverá lugar para ela no sofá de nossa redação), descartamos colocar uma atriz de novela das oito como referência feminina para o país. Escapamos mais uma vez da mediocridade.

Na música as mulheres estão bem. O plantel nacional de cantoras sempre apronta bem. Entretanto, Cássia Eller, nossa musa, saiu de cena já no final do ano. Fica com menção honrosa e registro de perda irreparável. Cássia Eller leva a indicação de Melhor Pai do Ano. Atenção, o pai não é ela. O destaque foi o sargento, pai dela, que descobriu em 2001 como direito autoral dá dinheiro.

Na política, despontou a maranhense Roseana Ribamar Sarney. A mulher aparenta ter problemas com alcoolismo. Ela, tal como a Brahma, nos seus comerciais, se diz a número 1. Já que falta leite no Maranhão, a governadora deve estar recomendando de maneira subliminar que o povo beba cerveja. Podia, pelo menos, recomendar brioche. Esta Roseana é a personificação do mal na política brasileira. Ela está seguindo a cartilha do finado Collor. Infelizmente, o cão, dessa vez, veio em forma de mulher. Desde já Polemikos declara seu voto: qualquer coisa, menos Roseana! O pior é que ela está no páreo para a eleição presidencial. Vamos ver! Assustados, deixemos que mostre o enxofre e a fumaça na disputa para presidente e, no próximo ano, veremos se ela ainda vai estar bebendo sua cervejinha no palanque da fama nacional. Vade retro!

Como vocês vêem, perdidos estávamos em nossa busca pela mulher de 2001. Decidimos, então, apelar para a metáfora. Usar de nossa sensibilidade e criatividade para impressionar os leitores. Nossa escolha é, no mínimo, inusitada. A mulher Polemikos 2001 é Gloria Trevi! ... Silêncio. Perplexidade.

Calma pessoal! Vejam que ousadia de escolha. Para começo de conversa, a moça nem brasileira é. Bem, Gloria deseja muito se naturalizar brasileira para escapar das acusações de abuso sexual que pesam sobre ela no México. Assim, num gesto humanitário, Polemikos globalizou Gloria Trevi e a trata como uma brasileira honorária. Mas a vida da moça está mais para novela mexicana. Vindo de país de forte raiz católica, Gloria Trevi se notabilizou em 2001 como a Virgem Maria do novo milênio. Ela conseguiu o milagre de engravidar enquanto estava no presídio, protegida sob a competente guarda do governo brasileiro. Mesmo isolada de companhias masculinas, ela ficou grávida e a barriga cresceu. Permanece o mistério de quem fecundou a bela marginal mexicana. Como milagres são raros ultimamente, a presa deve ter feito sexo com alguém. Já se disse que o garanhão era um delegado. Afinal, quem foi? O fato é que muita gente deve saber quem foi, como foi e onde foi. Entretanto, Gloria chegou a desconversar e inventar um leite aditivado com esperma que lhe teria permitido a santa gravidez. Ela também inventou a caneta Bic inseminadora, a novidade tecnológica do ano contra a infertilidade feminina. Até hoje não se conseguiu realizar o exame de DNA que identificaria o espírito santo pai da criança. A última notícia sobre Gloria Trevi informa que sua placenta foi coletada e espera decisão do STF para fazer o teste e identificar o tímido progenitor. Podia ser mais Gloria Magadan? Podia ser mais Brasil?

Dessa forma, como negativo de qualidades da mulher, Gloria conseguiu se manter na mídia e chocar nosso já esgotado povão. Gloria Trevi é globalizada, é internacional, já foi cantora de sucesso no México e sobre ela pesam acusações de rapto e corrupção de menores. Ela é fraca o suficiente para ser estuprada na prisão e é forte o suficiente para planejar uma gravidez que a mantenha no Brasil. Ela é a polêmica em pessoa. Na Internet, encontramos sites de fãs-clubes, gente rezando por ela, gente xingando, pedindo justiça. Gloria Trevi, pela radicalização do lema "fama e fortuna a qualquer preço", leva o prêmio Mulher Polemikos 2001.

para conferir:
Mulher Polemikos de 2000
Mulher Polemikos de 1999



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opinião dos leitores sobre o artigo acima ( ver artigo )

20.01.03
Em primeiro lugar quem inventou histórias de leite e caneta foram os tais presidiários que queriam aparecer um pouco. Gloria é inocente e uma ótima pessoa! 

11.02.2002
Gloria Trevi é mulher do ano? Tá faltando mulher?


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10fevereiro2002
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