Beleza AmericanaAmerican Beauty |
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O Aclamado Beleza Americana
Inicialmente as interpretações (de Kevin Spacey e Annette Bening) parecem forçadas, "estereotipadas" demais, mas com o decorrer da história, perde-se esta impressão, ou habitua-se a ela, envolvidos pela ótima interpretação destes dois atores. O voyeurismo discreto do personagem de Wes Bentley, sem a conotação sexual que o termo encerra, traz uma fotografia distinta, com interessante efeito granulado. Destaca-se a cena filmada por sua câmara digital, de um saco plástico entre folhas na calçada dançando ao vento, que nos remete à bonita e inesquecível canção de Vinicius de Moraes & Tom Jobim: "A felicidade é como a pluma / Que o vento vai levando pelo ar / Voa tão leve / Mas tem a vida breve / Precisa que haja vento sem parar", que poderia, facilmente, ter sido o fundo musical da cena, caso o diretor, Sam Mendes, a conhecesse. Além dos protagonistas (Spacey e Bening) destaca-se também a interpretação de Chris Cooper, como o austero pai do jovem vizinho, que numa das cenas finais do filme, mostra como é possível chorar convincentemente no cinema. O desfecho, apesar de previsível, cria suspense e dúvida, logo elucidada, de maneira criativa, em flashback das situações paralelas à cena fatal. Não se preocupem, pois não estou contando o final do filme. A morte do protagonista é a primeira informação que nos é dada. Um bom entretenimento. Mas não crie expectativas com a euforia da crítica e o recorde de indicações ao Oscar que o filme obteve (filme, direção, ator, atriz, roteiro original, fotografia, montagem e trilha sonora), pois isso poderá frustrá-lo ao sair do cinema. cotação: - Clélia Riquino
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"Comédia
dramática" é a classificação que boa parte da
última safra de filmes americanos tem recebido dos
comentaristas cinematográficos. Um tanto contraditório,
aparentemente incoerente, mas a tragicomédia teatral já
misturava assuntos e personagens dramáticos com comédia
de incidentes da vida cotidiana. E é exatamente isso que
mostra o filme Beleza Americana (American
Beauty), de maneira sutil e até delicada, a
artificialidade dos relacionamentos, a valorização das
aparências, a superficialidade de alguns personagens e
dramas existenciais de outros. 