Homem
do Ano Polemikos de 2002
Milla
Kette
colaboradora
nota
do editor: a nota abaixo foi
enviado pela nossa colaboradora Milla Kette a respeito do artigo Homem Polemikos 2002
e referenciando notas
trocadas entre ela e Ernesto Friedman, estas já publicadas como
comentários do artigo. Como o material é extenso e atual, optamos por
publicá-lo como um artigo.
Caro Ernesto:
Longe de mim surpresa - o vírus da ignorância no que toca os EUA, parece
estar acometendo o brasileiro médio! Sugiro que tu, também, tentes algum
site de busca com as palavras-chave Bush, sorvete, etc; vão aparecer
dezenas de referências! O que isso prova? Clinton era advogado antes de
ser presidente; ele era porta-voz da Ordem dos Advogados? George Bush foi
proprietário do Texas Rangers; ele é porta-voz dos jogadores de
beisebol? Talvez consigas pegar essa: a ligação que pretendes, não
passa de especulação.
A Folha de São Paulo que mencionaste, deve ser o mesmo jornal que
veiculou artigo de Marcelo Aith, onde ele afirmou que a mídia
norte-americana escondeu as manifestações pró-Saddam - mentiras
que desmascarei no texto: "Deu na Folha de São Paulo - mas não é
verdade!" (http://www.oexpressionista.com.br/queima_roupa/file2003_02_2.shtm).
E daí se França e Alemanha se incomodaram pelos EUA tomarem uma atitude
contra Saddam? Aconselho que leias "Nosso Aliado Saddam" e
"Yes, Nós Temos Chucrute", respectivamente: http://www.oexpressionista.com.br/queima_roupa/file2003_03.shtm
e http://www.oexpressionista.com.br/queima_roupa/.
Sabias que milhares de pessoas têm ido às ruas para apoiar George Bush?
("Em Prol da América": http://www.oexpressionista.com.br/reportagem_especial/file2003_03.shtm).
"[R]eordenação do controle mundial do petróleo". Queres dizer
que Bush está tentando retirá-lo da OPEP? Agora, sobre o artigo do
Farah, "Grupo de Bush tem ligações com o setor de energia"
(2), pena não teres lido o texto que te enviei em 2002, "Um Caso que
Nunca Existiu - Cheney" (http://www.oexpressionista.com.br/queima_roupa/file2002_09_2.shtm).
Inicio perguntando por que os EUA não se apossaram do petróleo do Iraque
em 1991? Não teria sido mais simples do que comprar de terceiros? Farah
afirmou que "[d]epois de atuar como secretário da Defesa durante a
operação que pôs fim à invasão iraquiana do Kuwait, em 1991, Cheney
tornou-se o executivo-chefe da Halliburton". Cheney começou a
administrar a empresa em 1995!
Farah descartou fatos importantes: a ONU é responsável pela continuidade
de Saddam Hussein no poder; a França não concordou com nenhuma das
resoluções da ONU nesses 12 anos; França e Alemanha têm interesse
econômico no Iraque; o Iraque deve bilhões à Rússia (ver:
"Guerra, Paz e Petróleo", http://www.oexpressionista.com.br/coisa/).
Ele afirma que a "Dresser Industries - fornecedora de equipamentos
para a indústria petrolífera com estreitos laços com a família Bush-
transformou-se em um desastre" (1). Que laços são esses? Eles têm
ações da empresa? Se têm, e daí? Mediaram a fusão com a
Halliburton? Se mediaram, qual é o problema? Foram causadores do tal
desastre? Influenciam a administração? Quanto a fracasso ou sucesso,
não tem relevância nessa discussão.
"Graças aos contatos que Cheney fez durante a Guerra do Golfo, os
representantes da Halliburton no Oriente Médio não lidam com
funcionários quaisquer, mas com reis, príncipes e presidentes."
Faltou dizer: porque eles são os donos do petróleo! E que contatos foram
esses? "Mesmo na administração [.] Clinton, o nome de Cheney era
usado para quebrar o gelo em diversos países." Quando isso
aconteceu? Quais foram os países? Que negócios foram efetivados à
partir da menção do nome Cheney?
"Quando a ONU relaxou as sanções a Bagdá [.] em 1998, foi a
Halliburton, sob o comando de Cheney, que arrematou o contrato para
reparar os danos causados pela guerra e fazer com que os oleodutos
fluíssem melhor." Farah não considera escandalosos os contratos de
reposições de peças de armamentos e veículos de guerra iraquianos por
empresas francesas e alemãs? "Duas subsidiárias da Halliburton
fecharam negócios no valor de US$ 24 milhões com o ditador Saddam
Hussein, que Cheney descreve atualmente como um 'ditador mortífero' e 'o
pior líder mundial'." Para uma empresa da magnitude da Halliburton,
um contrato de U$24 milhões é insignificante e, por isso, pode ter
passado despercebido ao executivo-chefe - só em 1998 o total anual de
vendas da empresa foi de U$17 bilhões.
Ernesto, esse texto passa a impressão que só organizações em países
não-Capitalistas e não-Democráticos são honestas. Para exemplificar
como isso é incorreto e acabar com esse mito de lei internacional e toda
essa balela, quando Saddam tacou fogo nos oleodutos do Kuwait, os
burrocratas da ONU afirmaram que seriam necessários vários anos para
debelar o problema. Empresas privadas acabaram com o mesmo em alguns
meses!
Ernesto, não me incomoda tornares meu E-mail público (como, aliás, já
fizeste). O que me incomoda de verdade, é ler ataques descabidos e
rábicos aos EUA, enquanto observo os brasileiros, em cujo quintal tantos
desmandos e monstruosidades acontecem diariamente, preocupando-se com o
que ocorre na casa do vizinho e varrendo a sujeira para baixo do tapete!
So sad.
(1) Dresser Industries e
Halliburton fundiram-se em 1998.
(2) Folha de São Paulo, 22/09/02.
envie
este artigo a um amigo
envie
agora seu comentário
sobre este artigo
veja
outros artigos da seção extra
homepage
Polemikos
21março2003
Copyright © [Polemikos]. Todos os direitos reservados.
|