O Produto Polemikos de 2000

A telemática – se chamarmos assim a combinação das telecomunicações com a informática – foi a estrela dos lançamentos de produtos neste final de milênio. Facilidades que fazem parte do dia a dia de milhões de cidadãos hoje, não estavam disponíveis em suas versões mais simples na década de 80, ou, mesmo, na década de 90. Assim é o caso do telefone celular e a Internet. Com a esta coleção de produtos no mercado, nós, da editoria de Polemikos, decidimos enfrentar o desafio de escolher o produto que sintetizasse os avanços na telemática nesta virada de milênio. Nosso propósito era selecionar o produto que representasse a geração atual de gadgets, marcados por forte integração de tecnologias. Estabeleceu-se, ainda, que a facilidade de uso e beleza deveriam ser critérios importantes a nortear a escolha do produto.

Apresentamos a escolha do Produto Polemikos do Ano 2000: o telefone celular Nokia 8260. Para quem não lembra, este aparelho é apresentado regularmente pelo garoto propaganda Pelé, nas páginas de Veja e outras publicações. Mas, por que o 8260? Uma qualidade marcante do pequeno Nokia é algo que se costuma esquecer nas avaliações técnicas. O 8260 cabe no bolso! Um homem não precisa usar bolsa ou pendurá-lo no cinto. Ele pesa menos de 100g e é pequeno como o bem sucedido Startac da Motorola. O 8260 tem uma vantagem sobre o Startac: não possui antena. Senhores: carregar celular com antena no bolso é desagradável. Os homens sempre ficam com a impressão de que, qualquer dia, a ponta da antena vai furar o fundo do bolso. Se não furar outras coisas. Mulheres não têm este sentimento, mais a preocupação dos 50% masculinos do mercado é relevante. Perguntem aos homens! O pequeno 8260 também não tem flip. Você não precisa abri-lo para usar. Basta colocar no ouvido e falar naturalmente. Algumas pessoas se sentem inseguras com a falta do microfone perto da boca, mas a sensibilidade do fone do 8260 é excelente, e, em pouco tempo, nos acostumamos em colocá-lo no ouvido e falar naturalmente. Acreditem, ele funciona! Mas, se o celular não tem o flip, as teclas não ficam desprotegidas? Há o temor de que, guardado no bolso, as teclas sejam ativadas sem o usuário desejar e você pode ser surpreendido ao fazer uma ligação internacional indesejada. Relaxem, isso não acontece! Com uma simples combinação de duas teclas você inibe o teclado e impede qualquer imprevisto desse tipo.

O design do 8260 é um destaque do produto. O aparelho tem tudo para se tornar um fetiche para seus possuidores. Ele está para os celulares, como um Beetle, da Volkswagen, está para os carros. Seu desenho o torna um objeto de desejo. A beleza vem associada com alto grau de amigabilidade. Seu menu de navegação permite que se acesse facilmente as funcionalidades oferecidas. Você não precisa ser especialista em programação para operar o celular. Dá para notar que alguém investiu bastante tempo para criar uma estrutura natural para acesso aos recursos do equipamento. 

Pertencendo à nova geração de celulares, o Nokia 8260 utiliza uma pequena bateria que, em tempo de espera, dura cerca de três dias. O problema de ficar recarregando celulares ou ter várias baterias é coisa do passado. Resumindo: no quesito desenho básico, o celular Nokia 8260 tem avaliação máxima.

O pequeno celular da Nokia traz uma síntese de produtos que caracterizam nossa época. Ele é um exemplo da palavra integração. O aparelho não é apenas um celular. Trata-se de uma agenda eletrônica esperta onde podemos colocar os telefones das pessoas e ligar para elas. Podemos também enviar e-mails pela Internet. Você pode anotar compromissos, aniversários e lembretes e pedir para o aparelho lhe alertar na data e hora desejada. É show. Conheço gente que aposentou a agenda de mão e está registrando reuniões e lembretes no próprio celular.

Outras facilidades disponibilizadas são típicas da época. Para gerações criadas com o vídeo game, o celular traz alguns joguinhos para passar o tempo. Uma calculadora também está presente e ainda é útil naqueles momentos em que a conta do restaurante precisa ser verificada. O 8260 traz ainda um simpático recurso: o celular permite que você grupe as pessoas segundo os tipos de relacionamento, por exemplo: amigos, trabalho e família. Desse modo, quando você recebe uma ligação, o telefone toca com um som especial e exibe um desenho no mostrador, de acordo com o grupo a que pertence a pessoa que ligou. Frescura, não é? Claro! Mas saibam que é agradável de usar e, se não lhe interessa, esqueça, o aparelho funciona perfeitamente sem este detalhe.

O Nokia tem algum defeito? Bem, o defeito de desenho é que infelizmente nossas mãos foram desenhadas muito grandes. Assim, não dá para colocar um teclado de tamanho adequado no celular já que nossos dedos são grandes demais. A solução adotada, distribuindo grupos de letras pelas teclas, funciona muito bem para digitarmos os nomes dos amigos que inserimos na agenda. Para facilitar a confecção de mensagens, o 8260 traz um "dicionário" que ajuda a escrever as palavras mais freqüentemente usadas, a partir das poucas teclas disponíveis no teclado. O aparelho que testamos só possuía este recurso para textos em inglês. É uma solução inteligente que facilita muito escrever as pequenas mensagens (até 160 caracteres) permitidas pelo celular. Para não deixar de criticar: o tamanho do 8260, com o tempo, também deverá ser reduzido no quesito largura, ficando mais fácil carregá-lo no bolso. Mas o tamanho atual já é confortável.

Entre os recursos que não são encontrados no Nokia 8240, destacam-se o comando de voz e o acesso a serviços interativos na Internet via Wap ou similar, que estão chegando no mercado e ainda não são apresentados no equipamento. Decidimos por relevar estas lacunas. Os produtos conhecidos simplesmente como celulares estão mais e mais melhorando sua operacionalidade e diversificando os serviços integrados disponíveis. Para nós, o grande conjunto de recursos integrados oferecidos, combinados com beleza e facilidade de uso, fazem do elegante Nokia 8260 um ícone e a escolha perfeita para Produto Polemikos do Ano 2000.

- Carlos Ordina -


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28janeiro2001
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