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a capital européia onde se fala português
chegar – dormir – passear – comer&beber – comprar
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Seguindo a linha geral dos países europeus, que investem com vontade no filão turismo, Lisboa está preparada para receber os visitantes. A cidade é limpa, tem seus prédios mais bonitos iluminados à noite e os portugueses se esforçam em tirar partido de seu patrimônio histórico. Lisboa tem desenho e arquitetura interessante e apresenta a vantagem maior para nós: os gajos e raparigas falam português! Fiquei com a impressão de que eles têm simpatia por seus descendentes na colônia de além mar.
Quando se visita Lisboa e se toma contato com seus pontos turísticos chama atenção o desastre provocado pelo terremoto que devastou a cidade em 1755. A cidade foi posta abaixo. Depois do tremor vieram os incêndios e, para completar, o rio Tejo invadiu a cidade. Foi um inferno. Pouco restou. Um belo exemplo é a Igreja do Carmo, no Bairro Alto, de que restaram alguns poucos arcos de pedra e paredes, que foi preservada, abriga um museu e é como um símbolo de tudo que se perdeu. Mas, 1755 já está longe e já deu tempo para Portugal construir muita coisa bonita de se ver. Os patrícios podem se chegar.
Lisboa é pequena (menos de 800 mil habitantes, contando a área em torno, passa de 1 milhão de habitantes) e possui um bom aeroporto perto da cidade. De táxi (€15), leva-se cerca de 20 minutos até um hotel no centro da cidade. Outra vantagem do pequeno porte é que não se precisa alugar carro. É possível visitar a pé os bairros que concentram os pontos mais interessantes para os turistas. Lisboa também tem um bom serviço de bondes (alguns voltados diretamente para o turismo) e tranways que são confortável opção para conhecer a cidade.
Para ficar em Lisboa, escolhi um lugar que combina ótima localização e preço razoável. O Hotel Borges se situa ao lado do Café A Brasileira, que faz parte do roteiro turístico de Lisboa. Localizado no Bairro Alto, é bom ponto de partida para excursões caminhantes na cidade. O preço de €65 na baixa temporada se justifica pela ótima localização. O hotel é simples, os quartos, apesar de muito amplos, são resultado de adaptações que produziram banheiros também amplos, mas pouco funcionais. Esses são apenas detalhes, no geral, o Hotel Borges é boa escolha.
Endereços:
Hotel Borges. Rua Garrett 108. tel. 01 3426617
Uma visita de dois dias é pouco mas pode ser viável para um primeiro contato com Lisboa.
O Bairro Alto propicia boas ruas para se caminhar. A Rua Garrett possui comércio refinado e desemboca num centro comercial, que possui uma Fnac e sua loja para revelar fotos digitais. No outro extremo da Rua Garrett, perto da Praça Luís de Camões, no Largo do Chiado, encontramos o Café A Brasileira, com decoração caprichada e direito a intelectuais (ou pretendentes a) que se aproveitam das mesas comuns para prosear com os visitantes. Junto às mesas colocadas na rua, a estátua de Fernando Pessoa é foto obrigatória para os turistas. Um bom percurso é, a partir da Rua Garrett, subir a rua do Sacramento (uma boa ladeira!), com seus cafés, até chegar ao simpático Largo do Carmo, onde encontramos a Igreja do Carmo. a tal que foi tombada pelo terremoto. A partir daí, pela Travessa também do Carmo, chega-se ao Elevador de Santa Justa, caminho natural para passar do Bairro Alto para a Baixa.
A Baixa é um bairro estreito. Vale uma caminhada desde a praça dos Restauradores até a Praça do Comércio, passando pelo Rossio e a Praça da Figueira. Depois de tanto andar, vale a pena tomar o bonde que faz o sightseeing nas sete colinas (€15) e dá uma visão geral da geografia da cidade. Outro passeio indispensável é tomar o bonde 15 para Belém, para apreciar o magnífico Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e ir na Confeitaria Belém comer seus famosos pastéis.
O bairro Alfama, onde fica a Igreja da Sé, parece a Santa Teresa do Rio de Janeiro, é local para se explorar a pé. Exige fôlego devido às ladeiras, mas os becos e desenhos das casas paga o preço do esforço físico. O Castelo de São Jorge, apesar de não ser autêntico (foi destruído no terremoto de 1755 e reconstruído na era Salazar) tem posição privilegiada no alto da colina e oferece boas vistas da cidade.
Para nós brasileiros, Portugal lembra logo o bacalhau. Devia nos lembrar também da cortiça, produto importantíssimo em sua pauta de exportação, mas, como não comemos esta curiosa madeira, lembramos mesmo é do bacalhau. É realmente um bom prato para ser explorado na terra lusa. Nos diversos formatos, o peixe atende às expectativas do turista. Na Cervejaria Trindade, no Bairro Alto de Lisboa, com belas paredes cobertas por ladrilhos, um Bacalhau ao Brás estava correto e o acompanhamento do vinho Palmela – com preço em conta (€9) – foi combinação justa para o jantar. O serviço, como acontece em outros restaurantes de Lisboa, serve alguns queijos em pequenas embalagens. Você escolhe aqueles que quer consumir. São porções bem dimensionadas, servidas com pão saboroso, que nos possibilitam provar o queijo da Serra da Estrela ou o queijo de ovelha. Notem que o queijo da Serra é um must de Portugal, tanto no sabor quanto no preço: se deixarem para comprar no free shop, vão se deparar com 1,5 kg custando €45!
Os embutidos portugueses são bons. O chorizo aparece como uma entrada oportuna em alguns restaurantes. Os frutos do mar, mesmo que ofuscados pelo bacalhau, também merecem incursões. A Açorda é outro prato típico do país: uma massa feita de pão e azeite serve de base para o bacalhau ou outro fruto do mar. Acho um tanto pesado, mas tem seus apreciadores.
E há os doces! E como são doces! São um crime para quem tem uma mínima preocupação com peso. Os pastéis de nata, queijadinhas, toucinhos do céu, pastel de Santa Clara nos remetem ao prazer infantil de coisas bem açucaradas. Irresistíveis. Nos passeios, uma paradinha para um doce e um café são recomendados.
Para beber, além do vinho local, dos quais já conhecemos as versões menores como o Periquita e Porca da Murça, temos os típicos vinho verde e o vinho do Porto. O primeiro eu não tive contato. Reconheço que tenho algum preconceito com esta solução de vinho de fermentação acelerada. Mas o vinho do Porto é saboroso e acaba se tornando um hábito ao final das refeições.
Endereços:
Cervejaria Trindade. Rua Nova da Trindade 20. tel. 21 3423506
Confeitaria Belém. Rua de Belém, 84. tel. 21 363 74 23
Com a globalização, não há nada de genérico que não se possa comprar por aqui. Os portugueses têm tradição nos azulejos e porcelana. Mas não parece eficaz ir comprar o acabamento dos azulejos do banheiro em Portugal. A rua Garrett é um centro de boas lojas para quem tem bala para consumir em euros com o câmbio a €1=US1,23 e tendência de subir mais. Ao final da rua há um centro comercial com sua Fnac, que é bom ponto para revelar as fotos digitais (preço = € 0,33 a foto).
– Gustavo Gluto –