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Livro de Ouro da História do Mundo Da Pré-História à Idade Contemporânea J. M. Roberts 2000, Ediouro Há épocas em que a História se acelera. Atualmente, a religião Muçulmana passou a ser discutida nas esquinas e reparamos que existe um país no interior da Ásia, cheio de montanhas, onde se concentra a atenção do mundo. Este país, o Afeganistão, está sendo transportado à Idade Média através de maciço bombardeio que está destruindo o pouco que restava da qualidade de vida de seus habitantes. É um bom momento para procurar saber mais sobre o curso da História, que encaminhou-nos para eventos tão espetaculares quanto macabros, como aqueles ocorridos no já histórico 11 de setembro de 2001. Essa coisa de religião gerar guerras é novidade? Aquelas montanhas que cercam o Afeganistão foram importantes na definição de seu povo e seu isolamento? As respostas a estas perguntas aparecem quando percorremos a trajetória seguida pela humanidade nos últimos milênios. E para tomar contato com a História, o livro de J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo é uma indicação oportuna. O autor enfrenta o desafio de colocar tão vasta seqüência de fatos em um só livro. E sai-se bem. As oitocentas páginas do Livro de Ouro trazem o roteiro do homem desde de seus antepassados até chegar na era das civilizações e assistir as mudanças se acelerando até chegar a nosso veloz século XX, que, por sinal, já terminou, já é História. Para aqueles que não retornaram aos livros de História desde que saíram dos bancos escolares, a oportunidade é excelente. É um bom momento para organizar as idéias sobre as grandes civilizações. Vale a pena ver a importância da China ou Índia, que para nós ocidentais, ficam com a imagem pejorativa do misterioso e exótico. As grandes revoluções tecnológicas, tais como a agricultura, que acontece durante todo o milênio passado, e a industrial, que aparece somente no século XVIII, ficam mais claras como motores do crescimento da curiosa espécie Homo Sapiens e das grandes mudanças sociais ocorridas. A importância da Revolução Francesa, cujas idéias mudam mais o mundo do que a própria França, é impressionante. Tudo desembocando no século XX, com suas guerras e nações expoentes, como Alemanha, EUA e Rússia. Começamos o novo milênio com a supremacia do Império Americano do Norte. O que a História nos reserva para o futuro? J. D. Roberts consegue contar os fatos com uma boa seleção do que foi importante e das causas e efeitos das mudanças. O livro peca por não ter figuras com mapas que facilitem ao leitor a visão geográfica do que é narrado. As referências aos grandes impérios se perde quando temos que saber onde estava cada nação, povo ou etnia citada. E há alguns erros de revisão. Na página 753, por exemplo, o autor se refere a um mapa da África em 1945: "A área colorida de cor-de-rosa por pertencer à Comunidade Britânica ..." Uma pena. Como dissemos, esta edição não traz mapas e, muito menos, a tal área em cor-de-rosa. Mas isso é pouca coisa comparada a grandiosidade do enredo e dos acontecimentos apresentados. Vejam a lucidez de Roberts para analisar a situação do Islamismo em 1993, quando o livro foi lançado: "Em 1991, sem dúvida, a alarmante perspectiva de um movimento mundial pan-islâmico fundamentalista e radical diminuíra um pouco. Com toda a inquietação e o descontentamento nos países islâmicos e a contínua provocação do Iraque, havia pouca esperança, de que estes povos pudessem se coordenar efetivamente contra o Ocidente. Além disso, havia menos sinais do que nunca de que os países islâmicos desejavam dispensar o aparato técnico sutilmente corrosivo da modernização que o Ocidente oferecia. A crise do Golfo também parecia demonstrar (quase por acaso) que a arma do petróleo perdera grande parte de seu poder de amedrontar, de sozinha causar prejuízos ao mundo desenvolvido. Simbolicamente, em um ano todos os poços de petróleo do Kuwait, incendiados pelas forças de Hussein ao se retirarem, se apagaram. Mas o barril de pólvora ficou no lugar. As perspectivas em relação ao Oriente Médio permanecem, como sempre, imprevisíveis." - Tirésias da Silva - |
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