Quem escondeu os juros?

Há uma coluna da Veja que é meio chata. Quem escreve é Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central. Ele fala de assuntos enfadonhos da Economia, que não devem atrair muitos leitores da frugal revista semanal brasileira. Entretanto, em artigo recente, intitulado “Onde estão os juros?”, Gustavo tratou de um tema tabu, que em geral é menosprezado ou premeditadamente retirado das pautas. Trata-se dos crediários compulsórios que os brasileiros são obrigados a usar em suas compras. Continue lendo “Quem escondeu os juros?”

Mulher do Ano Polemikos 2003

será a Benedita?

Antes que o ano 2004 acabe temos que escolher a Antes que o ano 2004 acabe temos que escolher a Mulher Polemikos 2003. Sejamos metódicos. Excluímos as bundas e rostos bonitos, procedimento este que restringe radicalmente a pesquisa. No meio empresarial não vimos destaque. Na área de atuação social, Dona Zilda Arns apareceu muito na mídia que resolveu descobrir seu trabalho de toda a vida, já reconhecido aqui e lá fora. A solidez e a dedicação de mais esse Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, que atua em mais de 1.500 projetos na área de saúde e educação, a qualificam para ser a mulher de destaque de 2003 para Polemikos. Mas não nos precipitemos … Continue lendo “Mulher do Ano Polemikos 2003”

O Homem dos Dados [Luke Rhinehart, 1994, Imago]

O Homem dos Dados é uma comédia escrita em tom autobiográfico, que conta a história de um psicanalista que inventa o jogo de rolar os dados para escolher como ele deve agir a cada momento ou que personalidade interpretar por determinado espaço de tempo. Continue lendo “O Homem dos Dados [Luke Rhinehart, 1994, Imago]”

O Papa Ataca Os Veados

A competição é a alma do negócio! Não é bem isso. A competição é que chegou ao negócio das almas. Criptográfico? Talvez, um pouco. Explicando: as religiões estão competindo acirradamente pelos clientes, digo, pelos fiéis. Mas, é a mesma coisa, não? Os intermediários de Deus lutam sua cruzada de marketing para obterem os fregueses aflitos que vão soltar a grana na fim do culto. As Igrejas Universais e suas correlatas genéricas saíram na frente vendendo milagres a curto prazo, desbancando a Igreja Católica, que também gosta de grana, mas vende o paraíso depois da morte. A Santa Madre Igreja funciona no mercado de longo prazo, faturando alto com as heranças deixadas para o Vaticano e seus franchises, perdão, paróquias. Mas, o mercado se estreita e as empresas têm que ser ousadas. A Igreja Católica têm um diretor de marketing que merecia passar por umas sessões de tortura da Santa Inquisição. Será que foi ele que recomendou ao CEO do Vaticano (me refiro ao Papa) que seria de bom tom dar uma coça nos homossexuais? Mas o fato é que a Igreja, recentemente, caiu de pau nos pobres gays (e nos ricos tmbém). Voltou a conversa de que veadagem é doença, é coisa do demônio, aquele discurso demente com 2000 anos de idade. Eu não sei não. Pode até ser que os carolas e os enrustidos (são mais ou menos a mesma coisa, né?) se excitem com a caça às bruxas e bruxos. Tá bem que os gays não são o melhor mercado para propalar a castidade, o coito interrompido e a trepada mensal regida pela tabelinha. A jogada pode ser: já que não posso catequizá-los, vamos perseguí-los. Os homossexuais podem estar sendo usados para tirar mais grana dos beatos. Esse dinheiro será, então, canalizado para pagar os processos abertos pelos pais dos meninos que foram abusados pelos padres pedófilos de Boston. Vai rolar muito milhão de dólar da Santa Sé para encobrir este “pequeno” deslize dos padres tarados da cidade. Por sinal, nesta cidade americana, está dura a competição entre os vendedores de prendas divinos. A The Old South Church de Boston criou o receptivo The Lesbians, Gays and Friends Fellowship que congrega a turma alternativa da cidade. Intervalo no discursos irado: “esta antiga Igreja, fundada em 1669, têm uma prática liberal e advoga os direitos dos gays desde de 1972”. Volta a ira: É bom ver que há um racha no discurso furibundo das Igrejas contra o homossexuais. Apesar do quê, registre-se, é uma tradição da Igreja Católica se amarrar às causas furadas. Ela é contra a camisinha, contra o aborto, contra o planejamento familiar. Há coerência nos erros. Tem gente que vê virtude nessa coerência. Eu vejo apenas babaquice.

Sobre Meninos e Lobos [Dennis Lehane, 2001, Companhia das Letras]

Ganhei o livro de presente. Eu não sabia de Dennis Lehane e foi um prazer conhecê-lo em seu livro Sobre Meninos e Lobos (Mystic River). Ele já tem fama antiga e criou uma dupla de detetives, Patrick Kenzie e Angie Gennaro, que, em outro livro, Um Drink Antes da Guerra, lhe proporcionou prêmios e reconhecimento. Continue lendo “Sobre Meninos e Lobos [Dennis Lehane, 2001, Companhia das Letras]”