Lula e o Mensalão

O comportamento de Lula em relação aos mensageiros é típico de quem se sabe culpado pelo crime que os outros pagarão sozinhos. De resto, é típico também de quem se sente refém de segredos. Marcos Valério espera receber em dobro a atenção e o carinho que mereceu do PT até aqui. Do contrário…

Não fui eu que disse. Foi o Noblat, em O Globo. Mas eu assino embaixo.

Lewandowski esclarece que não houve Mensalão. Puxa vida, agora estou tranquilo.

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O revisor do julgamento do Mensalão esclarece a nação de que não houve Mensalão. Puxa! Que bom! Levandowski absolveu José Dirceu, que Chefe da Casa Civil na época, não sabia de nada. Quem não acredita em Papai Noel sabe (ou acredita piamente) que Dirceu estava na trampa. Se Lula também sabia, é um grande mistério.

O projeto do PT para ficar no poder por 20 anos foi colocado em cheque. Dirceu sair solto é bom resultado pessoal para ele. Mas o conjunto do julgamento nos mostra que o partido abandonou seu discurso pela ética. Foi ali pelo meio dos anos 90 que o partido virou uma “organização” voltada para resultados. E o resultado perseguido foi “manter-se no poder”.

Não sei o que move Lewandowski. É auspicioso o rigor jurídico que ele adota para garantir o direito do famoso réu ao beneficio da dúvida. Entretanto, talvez o país precisasse de uma decisão mais política. Ele também não é tão cartesiano em seus argumentos. Uma hora diz que só vale o que está nos autos. Na outra, cita como relevante matéria de jornal da semana passada. Para o emérito juiz, o depoimento de Roberto Jefferson não vale, pois ele é inimigo de Dirceu. Já os depoimentos de seu amigos Genoíno e outros são considerados de total idoneidade. Geisel (acho que foi ele) inventou a democracia relativa. Lewandowski vai entrar para a história do nosso Judiciário inventando a justiça relativa.

Na verdade, ali no tribunal vemos a prova cabal de que não adianta passarmos procuração a outros para nos protegerem. Temos a eleição nesse domingo, para mal ou bem colocar no poder quem queremos ou expelir aqueles que consideramos canalhas. Nós temos que cuidar disso. O juiz Lewandowski é apenas um rábula poderoso fazendo o que sua consciência orienta, ou o que suas crenças jurídicas determinam ou o que seus compromissos políticos exigem. Ou seja, o problema está em nossas mãos. No mais, que Deus olhe por nós.

votos, proporções e nunca consigo votar em quem eu quero

A conquista do voto no Brasil foi uma enormidade. Boa parte da vida de muitos brasileiros (eu me incluo) foi passada assistindo os militares decidirem o que era melhor para o país. Alguns oportunistas já estavam presentes nessa época. Ocorre-me agora o nome de José Sarney. Mas o fato é que conseguimos votar. Mas votar é muito difícil e importante. Na Grécia, que inventou este modelo, a tal democracia, só deixava votar os cidadãos, que não eram todos, mas uns pouco esclarecidos que mandavam no pedaço. Já era um começo e foi o começo. Quando vemos o país empolgado (será?) com uma campanha eleitoral, achamos que o ato de votar é puro e cristalino, e permitirá que façamos valer nossa vontade, juntamente com de outros tantos que almejam decidir sobre o futuro da nação. Pois saibam que eu não me sinto muito satisfeito com esse processo que está aí.

Veja bem. Tem uma porção de camadas de regras que restringem ou distorcem nosso processo eleitoral. Vejam alguns dos pontos que me incomodam: Continue lendo “votos, proporções e nunca consigo votar em quem eu quero”

Imóveis, Credito, Inadimplência… será que vai dar m…..

Sem dúvida, o crédito fácil está pressionando para cima os preços de imóveis. Nas faixas mais baixas de renda, com o crédito, há um movimento de upgrade de moradia. Nas faixas mais altas, a baixa de juros, junto com a oferta de crédito, direciona investimentos para ativos mais palpáveis, tais como o “tijolo”, formando paredes, que fique claro. É curioso que esse fenômeno inflacionário de preços foi apontado nos veículos também. O governo elegeu os automóveis como motores da economia e da administração dos cidadãos que atingem o paraíso do consumo. Já está dando problema com o crédito. É conhecida a ousadia das entidades de crédito associadas às montadoras, que forneceram crédito de 60 meses sem entrada para compra de veículos. Os felizes novos proprietários de automóveis, depois de um tempo, devolviam seus carros, quitando a dívida que tinha valor superior ao do veículo usado. O mico ficava com financeira. Talvez por isso o governo tenha entrado com grana nos bancos do Ermírio de Moraes e do Silvio Santos, que atuavam nesse ramo de financiamento. Mas, voltando aos imóveis, é bom para os cidadãos contraírem dívidas para terem sua desejada casa própria. Depois que estiverem lá dentro, se forem muitos, deixa de ser um problema de inadimplência para ser um problema político, que será resolvido como tal. O futuro dessa área será interessante de assistir. Para quem estiver na arquibancada, claro.

Marcos Valério acusa Lula de saber do Mensalão

É inacreditável. Quem diria? Eu estou convencido de que nosso mais ilustre e operário presidente não sabia de nada. Como podem juntar seu nome a um escândalo dessa magnitude? Será que Valério guardou este rancor por não ter recebido algum apoio (será que podiam quebrar o galho para ele na situação em que ficou?) da turma do PT? Acho que Lula não sabia. Não podia saber. Se não fosse assim, toda sua postura magnânima de líder de nossa pátria não faria sentido. Ele seria apenas mas uma parte de um esquema para garantir o poder distribuindo dinheiro para aliados. Precisamos desse timoneiro. O povo precisa do humilde que virou presidente. Trata-se apenas de artifício da defesa de Valério. Dirceu não precisava envolver o chefe. Se disse alguma coisa ao presidente na época foi do tipo: “tudo sob controle”. Estava um pouco equivocado, mas a força política do PT continua e a força de Lula o qualifica a buscar eleger Fernando Haddad para prefeito em SP. Não posso acreditar. Lula? Quem diria?

os pilares de nossa democracia

Nossa democracia apoia-se em três pilares:

câmeras de segurança. Hoje em dia tem câmera por toda parte. Sorte dos cidadãos brasileiros. São elas que resolvem crimes no geral, de homicídios a pequenos furtos. Seu papel mais importante acontece quando são escondidas para filmar negociações de falcatruas. Os próprios membros das quadrilhas costumam gravar reuniões para garantir o futuro. Quando algo dá errado e algum demóstenes quer se fazer de bonzinho, surge uma bela gravação para entregar o meliante. É chantagem mesmo. Mas os brasileiros saem ganhando. O prefeito de Palmas, do PT, sintetizou a visão que os políticos têm das temidas câmeras declarando: “Tive o azar de ser filmado numa reunião com o bicheiro Cachoeira.” Azar o dele! Sorte nossa! Continue lendo “os pilares de nossa democracia”