Cantos do Rio - Vila Isabel 
Aldir Blanc
2000, Editora Relumé Dumará

A Vila Isabel

Como eu gosto muito de samba, sobretudo do chamado samba de raiz, é natural que eu sinta um certo fascínio pela cidade do Rio de Janeiro. Afinal, se São Paulo não é o túmulo do Samba, está muito aquém de produzir artistas da envergadura de Cartola, Nelson Cavaquinho ou Carlos Cachaça. E sinto-me obrigado a citar Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Paulo da Portela, para não dar a impressão de que foi só na Mangueira que se produziu do bom samba.

Mais do que devido ao samba, acredito que esse fascínio pelo Rio se deva à sua beleza natural, que no fundo, deixa qualquer paulista deslumbrado. É claro que é difícil arrancar esse tipo de confissão dos paulistas. Há a tradicional rivalidade entre nós e os cariocas. Mais que rivalidade, parece haver uma rixa. Tudo isso é bobagem. Tenho muitos amigos no Rio e aqueles que ainda não o são, dão a impressão de querer tornar-se, tão grande é o carinho com que me tratam. Por tudo isso, tenho um enorme prazer cada vez que vou lá.

E vou ao Rio a serviço e com alguma freqüência. Pena que uma filial da empresa em que trabalho fique em Bonsucesso e a outra na Penha, colada à Av. Brasil. Que me perdoem os cariocas da Penha e de Bonsucesso, mas esses bairros não têm nem a beleza e nem o lirismo que aprendemos a reconhecer em tantas canções e histórias contadas sobre o Rio. Sendo assim, fica uma enorme sensação de não tirar proveito do fato de estar na cidade maravilhosa. Por isso, o que mais me encanta quando vou ao Rio são os momentos do pouso e da decolagem do avião. Esses momentos me dão grande prazer, assim como me dá prazer chegar à minha cidade e ver do alto, aquela imensa selva de concreto. Acho que só eu sei enxergar beleza nisso.

Pois quando voltei de minha última viagem ao Rio, foi muito prazeroso descobrir que havia chegado uma encomenda que fiz pela Internet. Trata-se do livro Cantos do Rio - Vila Isabel, de Aldir Blanc, da coleção Cantos do Rio, editado pela Relume Dumará. Essa editora é também responsável pela ótima coleção Perfis do Rio.

No livro sobre a Vila, Aldir sonha com sua infância, nos trazendo à nossa própria lembrança, ao citar hábitos que estavam soterrados na parte mais funda da nossa memória. Fala sobre esses fatos, atos, hábitos e eventos com tanto sentimento, tanta alegria e tanta saudade que nos transporta para sua Vila. Lê-se o livro em menos de uma hora. E fica-se à vontade para sonhar. Não com a Vila Isabel de Noel Rosa e Martinho, mas com a nossa vila, nosso bairro, nossa infância. Sejamos nós paulistas, cariocas ou mineiros.

Melhor do que chegar do Rio e encontrar esse livro, seria encontrar junto com ele um CD de Walter Alfaiate. E por incrível que pareça, foi exatamente isso que me aconteceu. Que felicidade!

- Arnaldo Heredia -

 

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30novembro2000
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