Benício tá na área

20130127-234343.jpgO famoso desenhista dos anos 60 e 70 está de volta. Naqueles anos, Benício produziu as capas dos livrinhos da série ZZ7 – Brigitte Monfort, que se destacavam nas bancas pela qualidade do desenho. As histórias da espiã da CIA, que enfrentava vilões internacionais no mais puro estilo 007 em versão feminina, tinham o auxílio auspicioso das capas produzidas por Benício, que apresentavam belíssimas desenhos da espiã, uma morena de irresistíveis olhos azuis. O desenhista tem cada vez mais seu talento reconhecido. Neste final de ano, a Cicero Papelaria lançou bela série de cadernetas trazendo os desenhos de Benício. É boa homenagem e oportunidade para tomarmos contato com seu trabalho.

Escrita Aleatória

É maneira de passar o tempo. O equivalente escrito de ler mecanicamente sem prestar atenção no sentido do texto. As palavras vão surgindo, se alinhando nas frases como jorro irresponsável. Até pode acontecer de algo valer a pena. Algum senso ou falta dele que mereça uma reflexão. A procura das palavras certas é sofrida. Elas aparecem, ou esbarram na busca por um fio de prosa, como pessoas apressadas na calçada da avenida. Levo cotoveladas de significados promissores que se esvaem assim que digito suas letras. Se pelo menos essa prática fosse eficiente em trazer o sono. Longe disso. Quanto mais disparatada vai ficando a monótona ladainha (há ladainha animada?) que vou criando, mais desperto fica o incauto pretendente a produzir um escrito. Vontade mesmo é de fechar o editor de texto e render-se ao prazer solitário de um joguinho do computador. Ficar ali mesmerizado (gosto dessa palavra, não consigo resistir a inseri-la aqui), olhos acompanhando os dedos nas perfeitas imagens inventadas do passatempo digital. A esperança. Há um traço de otimismo que acredita na produção da qualidade. Algo como uma alquimia literária que gere o texto precioso pela infinita repetição do ato de enfileirar letras. Acredita-se em tanta coisa. Por que não?

Capitão Phillips [Captain Phillips] Paul Greengrass

Bom filme de tensão. A pirataria na costa da África existe. É apresentada de maneira convincente. Tom Hanks tem desempenho adequado para a situação limite enfrentada pelo capitão do navio. Espetacular é o ator Barkhad Abdi, nascido na Somália, de família que emigrou para os EUA fugindo da guerra civil. Barkhad interpreta o líder dos sequestradores, Muse. Ele parece absolutamente possuído pelo personagem. Boa parte da tensão, maior qualidade do filme, se deve a sua interpretação.

A atuação dos SEALS, tropa de elite da marinha americana, cumpre o papel de reforçar a competência militar americana para ações anti-terrorismo. Os EUA precisam desse estímulo hoje em dia.

Atenção para a interpretação de Tom Hanks no final do filme, coroando as situações críticas por que passou o atribulado capitão Phillips.

Candy Crush bate meio bilhão de usuários

Meio bilhão de pessoas têm Candy Crush nos seus smartphones. É um número! Imaginem quanto tempo a humanidade perdeu (ou ganhou, relaxando) explodindo bolinhas e geléias. Tenho o jogo nos meus iOS, mas não bateu muito tesão. Acho meio chatinho. Na verdade, o chato sou eu. Nos metrôs de todo o mundo (sou fino, verifiquei nas grandes metrópoles mundiais) antigamente o povo ficava lendo. Agora, de longe, dá pra ver nas telinhas do Candy Crush em ação.

A empresa King está preparando lançamento de IPO na bolsa de valores. É sinal que atingiu a maturidade. Leia-se maturidade como o fato da empresa ter encerrado sua fase de crescimento acelerado e entrado no período de redução de margens de lucro, menor criatividade e aumento do risco. Portanto, é o momento de compartilhar este momento arriscado com os investidores. Como somos bonzinhos, compremos as ações da empresa King, desenvolvedora do bem-sucedido joguinho. Assim, faremos mais um bilionário no pedaço.

Por que o pessoal da Barra dirige diferente

Quando estou na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, me impressionam os carrões, as SUVs, fazendo barbaridades no trânsito. Um artigo de publicação estrangeira diz que as pessoas tendem a trapacear, a violar regras, dependendo de condições em que se encontram. O estudo identificou que pessoas em carros maiores tendem a praticar mais faltas no trânsito:

When they sit in expansive car seats, which allow them to spread out, instead of constricting them as a tighter seat would, they become more likely to commit a traffic violation during a driving simulation and, in a real-world version, cars with more expansive drivers’ seats were more likely to be illegally double-parked.

Minha dúvida é se os carros (com seus bancos maiores) induzem as pessoas a cometerem transgressões no trânsito ou aqueles que têm personalidade “espaçosa” e não respeitam os direitos dos outros é que gostam de ter carros grandes. Fica a dúvida.