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o italiano clássico da Paul Redfern
Rua Paul Redfern, 40. Ipanema. tel. 2259-3148
(clique para ver mapa)
A Osteria Dell’Angolo se situa em notável cruzamento de ruas em Ipanema: Prudente de Morais com Paul Redfern. Desde que o modesto bar Sereia de Ipanema aportou por ali há 30 anos atrás, suas quatro esquinas foram aos poucos sendo ocupadas por restaurantes e bares. Muitas casas já passaram por ali. Alguns pontos, como aquele originalmente ocupado pelo Sereia, têm uma volatilidade maior na instalação e fechamento de neócios. A esquina da Osteria foi das últimas a serem ocupadas. Minha fraca memória aponta para um possível Four Seasons que esteve por ali. É delírio? Corrijam-me, se engano for.
Mas, lá está o Osteria. A casa é interessante. Reza a lenda que é propriedade de mafiosos. Em Nova York, isso é dica de bons restaurantes. Bem, é certo que a casa é italiana. Tem preço um pouco mais alto para cobrir a virtude de sua qualidade. Seus pratos navegam na faixa de R$40 a 50. Entretanto, os vinhos têm ofertas acessíveis. Uma taça de modesto e honesto Malbec Finca Roja sai por R$10. Suas entradas são conhecidas e decantadas nas conversas. Pode pedir para vir na combinação padrão da casa. Depois da primeira investida, levante-se e vá escolher no balcão aquilo que mais lhe apetecer. A fritadinha do Osteria é um prazer especial. Corre-se o risco de brincar em excesso no antepasto e ficar com a fome abalada para avançar no pratos principais. O cardápio não é gigantesco, mas apresenta boa variedade. Vai do robalo no forno, passando por raviólis de parma com mascarpone, vitela e uma reconhecida polenta. Entre as sobremesas, vale experimentar a saborosa panacota.
Dizem que os italianos falam alto. E falam mesmo. Mas eu devo ter azar com a Osteria. E o problema não é com italianos. Somos nós mesmos, mal educados brasileiros. São mesas grandes, não são jovens, é gente que pensa que está numa churrascaria. Somos obrigados a ouvir suas conversas, risadas desabridas … um incômodo! Não é gente pobre e sem instrução fazendo zona em pagode de quintal (depois dessa frase, minha fama de preconceituoso vai pras alturas). É a bem sucedida classe média alta, a elite brasileira, num restaurante caro de Ipanema. Pois é, quem mandou não juntar dinheiro e ir morar lá fora? Agora, tem que aturar esse povinho ruim.
[Gustavo Gluto]
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Os restaurantes do Rio de Janeiro deveriam colocar uma placa que oriente os comensais a falar em voz baixa, pois comer é um ato de oração. E para usufruir de memoráveis cozinhas, nada como uma conversa suave. Mas no Rio de Janeiro as pessoas de qualquer status social normalmente se comportam como se estivessem num estádio de futebol ou num show de rock ao ar-livre, mesmo quando estão numa sala de restaurante fechada e de 40 metros quadrados. Dizem que isso significa extravasar felicidade. Estranha forma de anunciar felicidade às custas do ouvido alheio.