Filé de Ouro

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o famoso filé do Jardim Botânico

Rua Jardim Botânico, 731. Jardim Botânico. tel. 2259-2396
(clique para ver mapa
)


(em 18setembro2005)

Voltei ao Filé de Ouro depois de muito tempo. Para vocês verem, não havia ido lá depois da reforma que ampliou o restaurante, que era muito pequeno para a demanda dos adoradores de um bom filé. A decoração ainda é exótica, mas ali não é Casa Cor, nós vamos lá pela comida, da boa e em boa quantidade. Tudo que dissemos em 1999 (leia logo abaixo) ainda vale. A entrada se limita a porções de bolinhos de bacalhau. Atendem bem. Em geral o cliente do Filé de Ouro chega lá com fome. Atacar os bolinhos é bom preâmbulo para a comilança que se segue. O filé da casa tem sabor excelente e brilha nos modestos acompanhamentos de óbvios arroz, feijão e batatas fritas. Nessa visita, resolvi variar e experimentei o risoto de camarões. Estava muito bom. Olhava para a carne que os amigos atacavam e não os invejava. O Filé se sai bem nos extremos da carne ao camarão. A caipivodca de lá continua boa. O garçom nos traz o limão e serve a vodca na mesa com fartura. Cuidado que a empolgação pode levar ao consumo exagerado do destilado russo. A recomendação de cinco anos atrás ainda é válida: o Filé de Ouro é lugar certo para quem busca um filé profissional.

(em 04dezembro1999)

Os especialistas em culinária costumam criticar o tratamento dado à carne pela cozinha brasileira. Dizem que nossos pratos usam carne grosseiramente, com grandes quantidades de filé jogadas no prato sem cerimônia. Eles pregam que a carne deve ser usada com parcimônia, como um meio para nos trazer o sabor dos molhos. Pois é! Mas, se você está voltando de uma estadia entre cardápios franceses e patês e queijos e vinhos… dá uma saudadezinha da nossa desajeitada cozinha simples brasileira. Foi com o intuito de saciar este desejo, aliado ao orgulho da cozinha pátria, que eu me decidi por atacar um bom filé. A princípio, pensei em uma churrascaria. Um amigo, entretanto, me convenceu: se eu estava atrás de carne profissional, o lugar era o Filé de Ouro. Fui.

Foi experiência fascinante. O restaurante Filé de Ouro é ali na Rua Jardim Botânico, no lado esquerdo de quem vai para a Barra, a última loja antes do muro do Jóquei. A casa parece um boteco antigo, mas, desde a entrada, as semelhanças e diferenças se destacam. Tem um forte ar condicionado, definitivamente importante perante este verão carioca que chega. As mesas e cadeiras são as clássicas de madeira usada nos bares e botequins. As paredes (e até o teto) têm azulejos, mas tudo é imaculadamente limpo. Os pôsters da parede mostram a ingenuidade do decorador. Mas, fique tranqüilo! Você está em um restaurante. E dos bons.

O que desperta logo atenção é a freqüência do lugar. O Filé de Ouro não é barato. Seus preços estão de acordo com a alta qualidade do produto e serviço que apresentam. Estes preços selecionam os clientes que ocupam os trinta e poucos lugares do pequeno estabelecimento. A clientela é de classe média média para cima.

E a comida? Olha, eu radicalizei e pedi logo o Filé de Ouro para dois (R$52,00). Não se impressionem com o preço. O prato é servido com fartura para quatro pessoas com fome civilizada. A carne é o filé gostoso que nossa fome mais simples deseja. Eu não sou exatamente simples, mas também gostei. Vem acompanhado de ovo, arroz, feijão e batata frita. Vocês acham isso muito óbvio? Pode ser. Mas fique certo que todos os itens do acompanhamento são perfeitos. Não tem erro. O feijão é bem temperado. O ovo não tem gordura sobrando. A batata portuguesa é sequinha e crocante.

Outros detalhes do serviço também contribuem para ir criando esta lenda no Jardim Botânico. A caipirosca estava no ponto. O bolinho de bacalhau tem condições de disputar entre os finalistas do Rio. Tudo certo. Eles não erraram comigo.

A simplicidade brasileira está bem representada no Filé de Ouro. É um enclave de qualidade bem medida na selva de pretensões injustificadas do mercado gastronômico carioca. Quando quiser comer um bife a cavalo a sério o endereço é este mesmo: Filé de Ouro.

– gustavo gluto –




Um comentário em “Filé de Ouro”

  1. recebidos por e-mails:

    03.02.08
    Francamente, a primeira pessoa que respondeu à críticia da Katia é um(a) completo(a) idiota. Como pode criticar um cliente que pede uma troca e defender um imbecil de um gerente que faz isso com um cliente?

    25.11.2007
    Solidariedade à Kátia
    Em relação ao comentário da pessoa que respondeu à crítica da Kátia, será que ele realmente leu o que estava escrito? Como é possível apoiar o gerente nesta história? Achei o episódio relatado uma absurda falta de respeito com a cliente e, de fato, não custava nada substituir os acompanhamentos (que prejuízo dá uma farofa com ovo? Perder clientes é muito mais danoso). Mas o grave não foi a falta de flexibilidade do gerente, mas a forma extremamente grosseira com que respondeu ao apelo da cliente. Isso é indesculpável e prejudicial ao restaurante. Eu, como dono, o demitiria sem pensar duas vezes para o bem do meu estabelecimento. Alvaro.

    16.09.2007
    Oi Kátia! Acho que aconteceu algum engano… Os pratos são acompanhados por farofa de ovo como você queria, todos eles, menos o filé simples. Eu peço ovo frito lá e eles fazem e além do mais, custava pedir e pagar uma merreca a mais pela farofa? Afinal, ali é um negócio, é o ganha pão do Sr. Paulo, pelo qual tenho muito apreço não só por ser gerente e dono do estabelecimento, mas por sempre me atender com simpatia, presteza e educação. Sei não, mas essa vã filosofia do “jeitinho” de levar vantagem, já fazem qualquer argumento cair por terra…

    26.09.2006
    Filé de Ouro – humilhando clientes
    Estou chocada! Simplesmente estou estarrecida com o que me aconteceu este sábado no Restaurante Filé de Ouro, Jardim Botânico. Vale dizer, que estava acompanhada de meu marido e duas senhoras, uma de 83 e outra de 85 anos. Chegamos no restaurante por volta de 13.20h, coloquei meu nome na fila, coloquei minhas velhinhas sentadas no banquinho na calçada, pedi bolinho de bacalhau e chopp enquanto aguardava nosso número. Eram 3 mesas em nossa frente e isso rendeu aproximadamente uns 40 minutos. Ao sentarmos em nossa mesa, escolhemos dois pratos individuais porque eu já não queria mais comer, pois como minha tia, que aliás, come como um passarinho, os bolinhos já tinham sido suficiente. Nesse restaurante, pode-se escolher pratos para 1, 2, 3 ou 4 pessoas e realmente o filé de lá é bom. Ricardo queria uma coisa e minha avó outra, portanto cada um pediria o seu. Todos os pratos acompanham arroz e feijão, mas ambos não queriam comer tal guarnição, queriam apenas trocar as porções de arroz e feijão por uma porção de farofa. Solicitei a troca ao garçom Luan, e ele logo afirmou ser um pedido impossível. Insisti um pouco, com muita delicadeza para que ele perguntasse ao gerente. Ele perguntou e de onde eu estava sentada, escutei a resposta em tom grosseiro, mandando negar. O garçom, coitado, sem jeito, voltou e disse que realmente não seria possível. Achei que valia usar a simpatia e nosso bom jeitinho pra dar a chance do gerente nos atender e flexibilizar tal pedido, afinal, nenhum absurdo. Uma farofa? Ele tinha toda chance de nos ter como clientes mais satisfeitos. Usei toda simpatia do mundo, chegando até ele e falando que minhas velhinhas queriam tanto trocar por uma farofinha de ovo, se ele podia “quebrar essa” dessa vez, etc. e tal. Falei com muito jeito e ele em tremenda grosseria, alto, com uma forma ofensiva de falar, dizia que o arroz e feijão era apenas cortesia da casa, que ele dava, que se eu não quisesse eu não precisava comer e comprasse a farofa. Ora, era claro que não haveria problema algum em pagar uma porção de farofa, afinal, pelo amor de Deus, neh? O ponto foi que além da falta de tato e flexibilidade, ele começou a argumentar alto comigo, me expondo de uma forma tão absurda e ridícula que jamais havia passado isso em minha vida antes. Chegou ao ponto, onde perguntei se ele preferia perder clientes a fazer uma substituição, ter que escutar que eu podia ir embora, sair de lá porque o restaurante dele está sempre nos jornais e com fila na porta, que sempre é indicado e recomendado e que ele não precisava de mim pra nada. Fiquei extremamente ofendida, humilhada e com muita raiva. Disse que me arrependia muito por cada vez que indiquei o restaurante dele e que ele deveria entender que não se pode falar de tal forma com um cliente. Daí foi pinto, inacreditável o que seguiu à partir desse ponto, onde recebi várias ofensas, em um lugar mínimo, cheio, com todos me olhando. Pode isso? Cheguei a mesa e evidentemente não almoçamos ali. Ele ainda foi a nossa mesa e tentou discutir mais comigo e meu marido. Pessoas que viram não acreditavam naquilo, e na porta, uma senhora que esperava pra comer, me disse ter ficado muito em dúvida se ia entrar ou não porque não acreditou no que viu e ouviu. Retiro todos os meus elogios feitos ao local, apesar do bom chopp, ótimo bolinho e delicioso filé, afinal, um atendimento como esse do Sr. Paulo Henrique é algo que embrulha até o estômago. Enfim, estou compartilhando com vocês mas gostaria muito de fazer algo. Abraços, pessoal! (esse epsódio ocorreu antes da reforma!) Kátia Werneck Paiva

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