Capitão Phillips [Captain Phillips] Paul Greengrass

Bom filme de tensão. A pirataria na costa da África existe. É apresentada de maneira convincente. Tom Hanks tem desempenho adequado para a situação limite enfrentada pelo capitão do navio. Espetacular é o ator Barkhad Abdi, nascido na Somália, de família que emigrou para os EUA fugindo da guerra civil. Barkhad interpreta o líder dos sequestradores, Muse. Ele parece absolutamente possuído pelo personagem. Boa parte da tensão, maior qualidade do filme, se deve a sua interpretação.

A atuação dos SEALS, tropa de elite da marinha americana, cumpre o papel de reforçar a competência militar americana para ações anti-terrorismo. Os EUA precisam desse estímulo hoje em dia.

Atenção para a interpretação de Tom Hanks no final do filme, coroando as situações críticas por que passou o atribulado capitão Phillips.

Candy Crush bate meio bilhão de usuários

Meio bilhão de pessoas têm Candy Crush nos seus smartphones. É um número! Imaginem quanto tempo a humanidade perdeu (ou ganhou, relaxando) explodindo bolinhas e geléias. Tenho o jogo nos meus iOS, mas não bateu muito tesão. Acho meio chatinho. Na verdade, o chato sou eu. Nos metrôs de todo o mundo (sou fino, verifiquei nas grandes metrópoles mundiais) antigamente o povo ficava lendo. Agora, de longe, dá pra ver nas telinhas do Candy Crush em ação.

A empresa King está preparando lançamento de IPO na bolsa de valores. É sinal que atingiu a maturidade. Leia-se maturidade como o fato da empresa ter encerrado sua fase de crescimento acelerado e entrado no período de redução de margens de lucro, menor criatividade e aumento do risco. Portanto, é o momento de compartilhar este momento arriscado com os investidores. Como somos bonzinhos, compremos as ações da empresa King, desenvolvedora do bem-sucedido joguinho. Assim, faremos mais um bilionário no pedaço.

Por que o pessoal da Barra dirige diferente

Quando estou na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, me impressionam os carrões, as SUVs, fazendo barbaridades no trânsito. Um artigo de publicação estrangeira diz que as pessoas tendem a trapacear, a violar regras, dependendo de condições em que se encontram. O estudo identificou que pessoas em carros maiores tendem a praticar mais faltas no trânsito:

When they sit in expansive car seats, which allow them to spread out, instead of constricting them as a tighter seat would, they become more likely to commit a traffic violation during a driving simulation and, in a real-world version, cars with more expansive drivers’ seats were more likely to be illegally double-parked.

Minha dúvida é se os carros (com seus bancos maiores) induzem as pessoas a cometerem transgressões no trânsito ou aqueles que têm personalidade “espaçosa” e não respeitam os direitos dos outros é que gostam de ter carros grandes. Fica a dúvida.

Snowden mostrou que o rei está nú

A grande ameaça que vazadores de informações como Manning e Snowden mostraram é mais sutil que um assalto direto à segurança nacional dos EUA: eles minam a habilidade de Washington de agir hipocritamente e sair impune.

The deeper threat that leakers such as Manning and Snowden pose is more subtle than a direct assault on U.S. national security: they undermine Washington’s ability to act hypocritically and get away with it. (foreignaffairs.com)

O Conselheiro do Crime (The Councelor) Ridley Scott

Muito barulho por nada. Gastou-se uma grana com estrelas como Javier Bardem e Brad Pitt, mas esqueceram de contratar um bom roteirista. O filme é uma geleia pretensiosa difícil de assistir. É daqueles filmes que provocam uma consulta ao relógio para ver quanto falta para acabar.

O filme já começa com título ruim. A história é de um advogado, tratado como The Councelor. O título brasileiro “O Conselheiro do Crime” dá ideia de que há um aconselhador dos criminosos, um consiglieri da máfia. Totalmente falso. O advogado passa o filme todo sendo aconselhado pelos marginais. Devia ter seguido o conselho.

Entre as estrelas, há a esperta maquiavélica Malkina, interpretada por Cameron Diaz. A atriz está ganhando idade, mas ainda impressiona pela envergadura. Aliás, sua envergadura de pernas tem papel importante na cena de sexo numa (ou com uma) Ferrari. É a melhor cena do filme. Ingressou na lista das cenas antológicas de sexo do cinema. Malkina parece ser o diabo em pessoa. O roteiro frágil apresenta Malkina como uma orquestradora do caos, controlando cartéis das drogas como se fossem crianças inocentes. A partir dessa proposta inverossímil, o filme acompanha a derrocada dos investidores nas drogas.

Não vale falar muito dessa bobagem.