Cosmopolis [David Cronenberg]

É a versão deprimida de Nove Semanas e Meia de Amor. Esse filme de 1986, com os queridinhos da época Mickey Rourke e Kim Basinger (acreditem, eram jovens e bonitos) glamourizava o charme do dinheiro obtido no mercado financeiro. Nove Semanas mostrava o status dos muito ricos, direcionando sua mais valia para um erotismo estético, que tornou o filme exemplo de “pornô leve” e povoou as fantasias sexuais e financeiras da meninada.

Já Cosmopolis, pós-quebradeiras de Wall Street e depois dos chineses chegarem tomando conta do mundo, tem uma abordagem deprê, claustrofóbica, sem charme. É como um réquiem para os bilhões de dólares americanos e o poder que eles representam, que se esvaem pelos ralos da competição com os amarelos de olhinhos fechados. A imagem do povo americano protestando em Wall Street e os ricos de procurando por um corte de cabelo perfeito é boa síntese das diferenças dessa grande democracia. Isso tudo aí, conduzido pelo mestre do mal estar David Cronenberg, dá bom mau resultado. Não esqueçam que o diretor tem em seu currículo competentes e desagradáveis filmes como o insuperável Gêmeos – Mórbida Semelhança. Continue lendo “Cosmopolis [David Cronenberg]”

Cicero, o moleskine brasileiro, está bombando

Os cadernos da Cicero Papelaria estão dando o que falar. Com qualidade e design diferenciado, as cadernetas de capa de couro, no estilo Moleskine, caíram no gosto da rapaziada. Seus modelos em padronagens modernas e coloridas também têm conquistado a preferência dos aficionados, entre os quais me incluo. O produto brasileiro não deixa a desejar em relação ao famoso italiano. O fato de ser feito em nossa terra desperta a simpatia do consumidor brasileiro. Podemos compará-los com vantagem sobre os concorrentes estrangeiros, como os da alemã teNeus. As grandes redes de livrarias, como Travessa e Cultura, vêm produzindo séries especiais com os produtos da Cicero Papelaria. Seu design é o preferido para brindes em cadernetas com maior padrão de qualidade. Praticamente todas as marcas famosas já colocaram seus nomes nas capas dos simpáticos cíceros. Eu também uso suas cadernetas para anotar minhas viagens e, eventualmente, brincar de copiar algum pintor mais famoso. Estou entre os fãs da Cicero Papelaria.

museu dorsay - foto polemikos

Carlos Heitor Cony

Quem ouve aquele idoso balbuciando comentários no programa Liberdade de Expressão, nas manhãs da rádio CNN, tende a cair na armadilha de criticar o hesitante debatedor. Eu concordo com os críticos, mas me forço a lembrar que ali está o autor de “Quase Memória”. É o cara! Minha dívida com Cony pelo prazer que seus livros me trouxeram é imenso. Outro livro dele de que gosto muito é “Pilatos“, de 1974. Para ficarmos em “Quase Memória”, este é livro que faz aflorar o riso e as lágrimas, imperdível. A entrevista de O Globo de hoje resgata um pouco da história de vida e da verve do escritor. Acho que já está na época de começar a relê-lo.

concedemos Graças a nossos leitores

Está comprovado que ler Polemikos dá sorte, aumenta a capacidade de avaliar situações e tomar decisões e contribui sensivelmente para o incremento da potência sexual. Como tudo na vida, o que é bom tem seu preço. Oferecemos a oportunidade de nossos incautos leitores obterem mais vantagens. Estamos à disposição para auxiliá-los com nosso poder de espraiar riqueza, saúde e a tão buscada felicidade.

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Insônia, Mensalao e a inevitável pizza

Acordo. Vontade de escrever. O problema é ter foco nos assuntos a tratar. E se você é um cara naturalmente disperso? Quem? Eu? Pois é.

A manchete é o Mensalão, que tá bombando. Suas excelências discutem firulas em pomposo português. O embate dos egos é hercúleo. A questão que não quer calar e que tem grande chance de silenciar é se a quadrilha vai ser sentenciada. Nem digo cumprir pena.
Seria resultado relevante para alarmar aqueles que burlam a nação nas ditas e cantadas tenebrosas transações. Antevejo que saem todos livres, leves, soltos. Afinal, em nossa verde e amarela paragem, quem vai preso é ladrão de galinha. Quem superfatura o galinheiro é suplente de senador.

Perco meu tempo. Gasto as palavras. Sou pessimista. A pizza deve prevalecer. Oremos.

Chineses jorrando no seu quintal

A China consegue sua alta produtividade (pelo menos por enquanto) às custas de explorar os chineses miseráveis que tiram do campo. Seus produtos baratos acabam com os empregos do lado de cá. Os ricos ficam mais ricos intermediando o “livre” mercado, vendendo aqui o que o subempregado chino faz. Os antigos empregados vão pra rua da amargura. Como eu não entendo nada de economia, pergunto: qual é a graça da história?