Polemizar como mera terapia

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Começo colando a citação de Hermano Vianna em sua coluna de 27.05.11 em O Globo: “Ora, a indignação é a forma mais barata de inteligência, ela substitui a complexidade.” É isso! A mera indignação não leva a nada por si só. Se o indignado pegar em armas (metaforicamente, por favor) e sair ao encalço das pretendidas mudanças, aí sim, valeu ficar puto com alguma coisa. Sendo preconceituoso, afirmo que o brasileiro tem a tendência para a indignação passiva. A gente esperneia, estrila, se debate e depois sai para tomar um sorvete e esfriar a cabeça. Como cidadãos, temos formação rígida para sermos bundões. De novo, cito nosso Hermano: “A indignação brasileira atual muitas vezes é apenas exercício de maledicência. Um jogo bobo: sou mais corajoso, nado contra a maré, pois falo mal de todo mundo. E tudo fica como era antes.” Nossa firme determinação aqui em Polemikos é exercitar essa indignação imobilizante. A gente ladra, ladra, mas não morde. Para fugir a mesmice de nossa pátria, optamos por esse texto politicamente incorreto e/ou moralmente correto para aliviar a indignação. É uma boa forma de terapia, é relaxante. Como não redunda em resultado efetivo final, torna-se uma prática de coito interrompido que pode vir a gerar insatisfação acumulante. É previsível um dano maior futuro, afinal essa energia refreada deverá ser canalizada para algum problema de saúde psicossomático. Que venha a úlcera!

Nossa proposta de marketing não deu certo. Como afirma Francisco Bosco, também citado pelo Hermano: “a indignação contra a cordialidade dominante… é uma estratégia de marketing: faz sucesso em blogs e cadernos culturais que acham que a polêmica vende jornal ou atrai visitantes.” Também pensávamos assim. Infelizmente, Bosco tem razão: polêmica não dá ibope. Você que acabou de nos ler, saiba que és uma raridade.

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