---------------------------------------------
Como ficar rico a qualquer custo
Um guia radical em forma de sátira! Uma sátira com fundo de verdade? Você decide. Veja o novo livro de Ernesto Friedman na Amazon: A Receita - como enganar muitos e sorrir
---------------------------------------------
Eu achei o filme um pouco explicado demais. Escrito e dirigido por Matthew Chapman, tem o mérito de discutir fé e ateísmo, do qual se costuma fugir para não magoar os religiosos. O filme começa pela situação limite de um sujeito que é levado a se suicidar ou deixar que outro morra. A partir da conversa com o policial, ficamos sabendo da história que levou àquele desenlace.
O diretor descendente de Darwin concentra o fogo no extremismo da fé. Nada como uma religião radical para canalizar o ódio das pessoas. Joe Harris, o personagem interpretado por Patrick Wilson (The Gifted Man da série na TV), é um fundamentalista cristão de causar arrepios. Não é pra menos. Os fundamentalistas muçulmanos estão do outro lado do mundo, os cristãos podem ser nossos vizinhos. É o caso do filme. O casal de amigos gays mora do lado de um casal de religiosos, o alucinado Joe e sua mulher Shana, interpretada pela belíssima Liv Tyler. O diretor se esforça e consegue torná-la quase sem graça. Quase. Eis que o religioso, por dever de ofício, tem suas limitações em atender às demandas da carne. Não dá outra, a bela Shana e o gay Gavin (bonito o cara) têm um caso. Até aí a história se dedica a mostrar alguns embates entre religiosos e ateus, com franco apoio aos descrentes, graças a deus. Quando o quase missionário é devidamente corneado, ainda por cima por um gay, a coisa fica feia. Cria-se o embate para cada um mostrar suas convicções e o quanto podem se sacrificar pelos seus valores.
O roteiro tem uns buracos, mas a tese é bem defendida. O ponto fraco do roteiro foi colocar o ateu e o religioso radicais como resultado de tragédias que passaram em suas vidas. Isto enfraquece a opção de cada um, justificando suas visões da vida.
Vale a pena ver para conversar depois com os amigos, tanto as teses, como a forma do filme para discuti-las.