Por que nossa arquitetura se resume a Niemeyer?

O Arquiteto está com mais de 100 anos de idade. Teve fama e fortuna. Suas obras são reconhecidas em todo mundo. Seus trabalhos ajudaram a divulgar o nome do Brasil no exterior. Seu estilo, com generosas curvas, utilizando concreto como material básico, formou uma escola e produziu muitas obras importantes no Brasil e no mundo. Muito bom! Mas, e aí? A pergunta que surge é: – Não há outro bom arquiteto brasileiro? Seria interessante incentivar que surjam outros criadores no Brasil? Vamos ficar eternamente fazendo obras de Niemeyer por todo canto? Ele parece ser imortal. Essa coisa não vai acabar.

Niemeyer não detém a unanimidade crítica favorável. Costumo me deparar com prédios bonitos, atraentes para produzir fotos, mas pouco práticos. Em geral, os desenhos de Niemeyer não trazem a preocupação em resolver como será utilizado o local. Se a forma é bonita, o resto se arranja. Como será acústica de uma igreja? Deve ser detalhe irrelevante para o arquiteto. Como serão colocados ar condicionados nos CIEPS? Esses detalhes mostram a pouca preocupação de Niemeyer com a utilidade de seus prédios. A estética, a escultura, é sua grande preocupação.

Mas, tirando a crítica à qualidade de seu trabalho, fica a pergunta: por que não se usam outros projetistas? Por que não se fazem concursos nacionais para escolher os projetos? As universidades estão cheias de possíveis e futuros gênios desperdiçados pela fixação em construir obras de Niemeyer. Fica essa monotonia. A toda hora aparece um novo museu, memorial etc., sempre projetado por Niemeyer. Disseram-me que é porque se pode contratar o escritório de Niemeyer por “notório saber”, livrando a burocracia de uma seleção. Estranho. Acho a seleção essencial.

Fica minha revolta. Que venham outros arquitetos! Nunca pensei que diria isso, mas… Fora Niemeyer!