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Como ficar rico a qualquer custo
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Estamos em tempos pornográficos. Nosso Senado não tem o menor pundonor ou, mesmo, pudor. Convenhamos que é difícil ser mais obsceno que o ACM tocando trombone na sacada de uma casa do Pelourinho. O atochamento da população é sodômico. Nessa exibição explícita de corruptália, o orgasmo em geral fica comprometido. As moças, aparentemente por dificuldades anatômicas, tradicionalmente têm seu gozo racionado. Mas, sabendo que a tevê vai ter que ser desligada, que vamos ter que tatear outros botões, a revista Veja, oportunamente, abriu uma brecha (?) na edição da semana passada para falar do prazer feminino. Não se trata daquela sensação gostosa no baixo ventre que a mulher experimenta quando gasta a rodo com cartão de crédito no shopping. O prazer referenciado é coisa mais rara entre elas. Falava-se do orgasmo. O assunto é polêmico. Alguns acham pouco relevante, dado que não é necessário para duas coisas fundamentais à espécie humana: a reprodução e o orgasmo masculino. Lembrando que o primeiro não depende totalmente do segundo, mas que, em existindo o atingimento do clímax pelos homens, a chance da reprodução fica bastante ampliada. Não queremos querelar, teremos como premissa, neste documento, que o gozo feminino é importante e merece consideração.
O que causou sensação na matéria da Veja foi a novidade sobre a fisiologia feminina. Ficamos sabendo que o clitóris tem impressionantes 10 cm de comprimento! Machos tateantes já insistiram longamente, em noites úmidas, buscando encontrar e estimular esse famoso ponto na região superior da vulva. Vejam que até os léxicos tentam ajudar no assunto. Tanto é que você pode ficar tranqüilo: está certo escrever clítoris ou clitóris. Esta concessão lingüística, entretanto, não resolve o problema geográfico de encontrar o famoso e proeminente órgão feminino naqueles momentos iminentes em que você tenta arrastar a companheira para um democrático orgástico conjunto. A rapaziada praticante já estava conformada com sua incompetência em identificar o dito. Os homens aceitam com resignação o olhar de desdenho das parceiras frente às suas dificuldades de tocar acertadamente sua anatomia. Ficaram perplexos ao serem informados, sem rodeios, pela Veja, do tamanho do clitóris. Nem no meio de um apagão seria tão complicado achar algo de 10cm! Causou espécie. Os homens souberam recentemente que o pênis tem, em média, apenas 13 cm. Foi aterrador descobrir que as mulheres quase igualam o comprimento do órgão do homem. O país passou a semana paralisado, impotente, murcho, esperando as denúncias de ACM e que alguém se dignasse a esclarecer como algo tão avantajado é tão dificultoso de ser identificado (apenas para alguns, claro que não é meu caso!). A informação que acalmou a plebe-macho-rude só veio na edição seguinte da revista, onde esclareceu-se que a maior parte do clitóris fica embutida, se distribuindo ao longo da vagina, a qual, por sinal, tem 7 cm em repouso. Não sei bem como é uma vagina em movimento. Fica para posterior esclarecimento pela revista.
Mas, a grande surpresa do teste de conhecimentos gerais sobre o prazer feminino estava guardada para o final. A pergunta era sobre o filme mais recomendado pelos terapeutas sexuais para despertar o desejo feminino. Eu imaginaria filmes óbvios como 9 Semanas e Meia ou, uma das opções do teste da revista: Do que as Mulheres Gostam. Sabemos que, dependendo da tara da frígida em busca de alento, até A Noviça Rebelde pode ser estimulante. Afinal, uma freira virgem (é redundante?), prendada (cuida das crianças, costura, cozinha e… até canta) e sapeca é um roteiro de despertar fantasias generalizadas. Mas a resposta do teste foi surpreendente: O Paciente Inglês. Interessante! É sempre difícil entender o tesão feminino. O filme realmente tem uma cena de sexo fogosa. Vocês lembram: Ralph Fiennes e Kristin Scott Thomas em pé, numa festa… Grande interpretação de orgasmo da bela Scott Thomas. No mais, como boa história com locação no deserto, entra areia! É o tipo de filme das paixões grandiosas, tórridas (no deserto, lembram?), amores impossíveis, com perda da mulher amada no final. Juliette Binoche, aparece como uma enfermeira sem sal que não traz muito tesão. O amor do casal principal do filme é romântico, magnífico, mas acaba com a mulher morta numa caverna. Não sei se a referência excitante era à necrofilia. Seria um tanto pesado, não acham?
De tudo isso, fica nossa predisposição a continuar na busca deste monte anatômico, que tantas sensações propicia às mulheres: o clitóris. Contem com meu apoio. Quero ser o alicerce, maciço, enterrado, onde se assente o movimento feminino. Segundo Veja, as mulheres estão cada vez mais competitivas e preferem ficar por cima do homem. Dizem que esta posição facilita que elas tenham prazer no ato sexual. Vá lá que seja. Fica combinado.
estou morrendo de tesão só de ler isto
Observo que ouve relatos sem base pratica.. Com minhas experiências com centenas de mulheres, tendo 30 anos iniciei minha vida sexual aos 13 com uma ajudante domiciliar..onde ela pedia que eu a tocasse depois q eu tenha atingido o orgasmo..pois ela não conseguiria com penetração..com o meu polegar fazendo movimentos circular no interior de sua vagina e com o indicador pressionando seu clitóris..depois desta minha experiência inesquecível.. Passei a testar todas as minhas parceiras..na maioria das vezes numa media de 89% elas atingiram o orgasmo com meu indicador é o maior de todos!! Pois assim fazia movimentos curtos e rápidos..sempre alterando entre língua e dedos..jamais colocando os dedos por inteiro dentro da vagina..simplesmente para umedecer os dedos..quando com a boca. Chupava o clitóris como um pirulito..sempre alternando para o canal vaginal..posso afirmar que tamanho do pênis não é tão procurado para as mulheres pois p meu tem 16cm e grosso..nem muito menos uma ejaculação demorada..pois satisfaço todas as mulheres que me relaciono..com tocs delicados. Massagens com óleos não necessariamente afrodisíacos..de preferencia antes do sexo.o resto de minha técnica guardo para as especiais..
recebido pelo correio:
03.12.2007
Procurando algo para a faculdade sobre anatomia feminina para minha aula de ginecologia e obstetrícia, achei sua dissertação falando do orgasmo feminino, que citou uma matéria tanto o quanto interessante publicada pela revista Veja. Convenhamos, é um assunto de interesse de ambos os sexos creio eu, entretanto achei um tanto quanto machista certos comentários seus, que se diz exímio ao fornecer o prazer à mulher, dizendo-se saber realmente localizar um clitóris não deixando a mulher a desejar. Não me pareceu muito a favor do prazer feminino, como você parece dizer que proporciona, comentários do tipo: “a mulher só tem função de procriação e de causar prazer ao homem, proporcionar-lhe orgasmos”, é um tanto o quanto machista tal ponto de vista e impertinente para qualquer mulher que venha a ler seu texto. Eu espero ter entendido errado, pois com outro comentário do gênero; “se a mulher gosta de ficar por cima, então que vá lá…” tipo … como se diz: “tanto faz a posição pra ela, afinal meu prazer é garantido em qualquer posição”. Será que eu tenha interpretado errado??? TOMARA QUE SIM! Se não os homens realmente podem continuar sendo considerados apenas interesseiros pelo sexo e nada mais, nada de amor, paixão ou qualquer outro sentimento de afeto se não for o que lhe tem pela sua própria mãe. Não, não! Não estou irritada, ou ofendida por pequenos comentários que claro são pessoais, e opinião cada um tem a sua, mas escrevo-lhe no mais para abrir um parêntese concernente ao machismo relativo ao prazer feminino que ainda existe e não é coisa de 1900 e antigamente. Até quando haverá pensamentos assim? rs. Com relação ao tamanho do clitóris feminino, havia lido algo do tipo em algum lugar e é realmente interessante, porque durante o processo de desenvolvimento do embrião, durante uma fase, a criança obviamente não tem sexo, e então, quando lhe surgem os primeiros esboços da vagina, ali havia um esboço também da glande, para no caso de um menininho, então, como se formou uma mulher é como se a glande ficasse embutida, dando origem ao clitóris e se invaginando, dando também origem ao nome, por isso não se assuste pelo tamanho publicado pela VEJA, e nem se horrorize como muitos homens o fizeram pelo tamanho do clitóris em relação ao tamanho do pênis, vocês ainda podem continuar com a “superioridade” de vocês! Só finalizando, muito bom o seu texto, parabéns pelo tema! Espero estar errada com relação a minha interpretação do texto!