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Solidarizo-me com Artur Xexéo. Também não gostei do filme. Chegou a enfadar. É sem dúvida um blockbuster pra tentar ser o “filme” do ano. Para mim, Di Caprio se deu mal na tentativa, seu sonho ficou meio nebuloso. Mas o povão gostou. No IMDB, a votação da rapaziada deu nota 9,1! O filme segue a ambição de Matrix (esse, acertou no milhar) de mexer com conceitos de vidas paralelas, muito em voga nestes tempos de realidade virtual. Não falo de Second Life, este pretensioso universo feneceu. Falo do Facebook, que é o máximo de vida que algumas pessoas estão conseguindo realizar. Matrix teve uma apresentação do conceito de simulação muito bem realizado, dando um show de roteiro e efeitos especiais. O diretor Christopher Nolan, que também escreve a história do filme, se atrapalhou com os vários planos oníricos (subproduto do filme: muita gente vai passar a conhecer o que é onírico) do filme. O problema é que um bom filmão americano tem que ter correria de carro, tiros e… mais tiros. O filme ficou assim. Intercala cenas de ação sem motivo algum com tentativas de contar um filme (feito de imagens) com palavras e conversas tediosas.
Os atores se esforçam. Christopher Nolan usa mais uma vez (dessa vez, mal) Michael Caine. A bela Marion Cotillard faz uma mulher faz uma lembrança interessante e é homenageada com a inclusão de Edith Piaf na trilha sonora, com a música “Non, Je Ne Regrette Rien”. Joseph Gordon-Levitt faz boa figura como um Arthur, o técnico especialista em viajar nos sonhos dos outros.
Filmes de vidas paralelas ou simulações de vida têm resultados estranhos. O 13º Andar, filmagem do livro Simulacron 3, parece um mero filme menor feito para a televisão. Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças mostrou que pode se usar ficção científica esvaziando o científico e contando uma impactante história de amor. O pecado de A Origem foi tentar navegar em roteiro de FC, contar história de amor, usar efeitos especiais, ter corrida de carros, tiroteios, lutas… tudo no mesmo filme. Nenhuma das coisas prevalece e atinge nível de destaque. Mas isso é minha avaliação. Outro pode dizer que o filme é magnífico por que consegue equilibrar isso tudo.
A piadinha: É comum a gente acordar e não lembrar do sonho. Tem filme que a gente sai do cinema e não lembra do que viu.