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Como ficar rico a qualquer custo
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O Corinthians ganhou a Taça Libertadores. A imprensa está produzindo loucamente, ecoando o grande feito. Tá todo mundo em êxtase com a conquista. Como todos sabem, aqui no Polemikos somos do contra e, além de tudo, cariocas. Não vi tanta graça assim. Convenhamos: o jogo foi ruim. Tá bom que futebol está cada dia mais parecido com um Big Brother. O que vale menos ali é o esporte. Me incomoda a rapaziada, por considerar frescura assistir e comentar novelas, canalizar sua mediocridade para comentar as presepadas que os jogadores fazem. Cacete. É irritante ouvir conversas sobre o último porre que o jogador tal tomou, ou se foram presos na Lei Seca, se a esperta namorada do craque engravidou e pediu pensão milionária… É um tédio aturar essa conversa de banheiro masculino.
Vamos aos fatos. A final da Copa teve pouco futebol. Jogada bonita não teve. Os jogadores do Boca não mostraram pra quê vieram. Só tentaram catimbar para ver se alguém perdia a cabeça e a partida melava. Na verdade, a Argentina parece hoje agir assim também na política e na economia. Deve ser algum tipo de maldição. Tinha um palhaço no time portento, o Santiago Silva, que é um verdadeiro marginal. O apelido do cara é “tanque”. Seu papel em campo era distribuir porrada para ver se alguém reagia. Num sujeito desses, apesar de minha rejeição à tortura, eu bateria horas a fio.
Notem que não estamos falando de futebol como esporte. Claro! Futebol é esporte na Espanha, aqui é tipo de reality show. Continuando a falar do jogo, de interessante tinha a beleza dos alucinados torcedores do Timão. Uma euforia que beira e avança, configurando histeria coletiva. Fico constrangido com as imagens e falas dos torcedores interpretando o papel de débeis mentais possuídos. Aquele povo todo gritando palavras de ordem não é meu sonho de grupo para fazer parte. É natural que um dos idiotas alcoolizados, dirigindo sem carteira, atropele meia dúzia depois do jogo. Acho que ele fez o que esperavam dele.
Resumindo: é muito confete pra pouca festa. Mas a imprensa fatura bem com esse show. Como atividade de relaxamento, o futebol está insuperável. O MMA está chegando numa versão mais radical do circo necessário para manter a gentalha calma, completando o conjunto de recursos legítimos para nos ausentarmos da realidade. As drogas continuam sendo negócio escuso. Ou seja, tá tudo bem.