Renan Calheiros e Henrique Alves, os safadinhos

Danado esse Renan. O povo na rua cobrando sua saída e ele passeando de graça em avião da FAB. Que cara de pau, meu deus! Depois de recusar confessar o golpe no nosso bolso, ele voltou atrás e entrou pra escola do Henrique Alves, presidente da Câmara, que quando é pego, não hesita, paga do próprio bolso. Quando não flagramos o meliante, ele passa batido, faz cara de papel e segue gastando dinheiro público em proveito próprio. Esses canalhas são mesmo arrogantes. Desafiam a população. São merecedores de uma passeata nacional para exigir sua saída. Será que o povo encara essa?

Domingo: copa das confederações e copa das manifestações

De O Globo de hoje: “O professor Pedro Malandro já disse que no Brasil, não só o futuro é imprevisível, mas também o passado”

Uma coisa é certa, Dilma dormiu aliviada. Já imaginaram o clima da semana se a Espanha ganha do Brasil nesse domingo? As manifestações iam começar no estádio mesmo. A vitória acachapante da Seleção deixou o povo em êxtase. Por quanto tempo? Pois é, por quanto tempo? Afinal, ganhar a Copa não diminui preço de passagem de ônibus. Que venha a semana!

O Andar do Bêbado [Leonard Mlodinow, 2009]

Bom livro. É da classe dos livros “quase técnicos”. O tema central é o acaso, como lidamos com ele e os mecanismos criados para representá-lo. A proposta do livro é desmistificar ou descomplicar o entendimento de probabilidade e estatística. Contando a história da evolução das técnicas para estudar fenômenos aleatórios, Mlodinow esclarece as definições e mostra suas aplicações. O autor consegue perambular bem pelos temas. Eu recomendaria, sem dúvida, para um aluno de faculdade que tivesse terminado a cadeira de probabilidade e seguisse para fazer estatística no próximo semestre. Para quem tiver minimamente se afeiçoado aos assuntos, o livro é leitura agradável e serve para arrumar a cabeça sobre detalhes da teoria. Para aqueles que se atemorizaram com a probabilidade, o livro, apesar de fácil e bem abordado, vai causar enjoo. Eu recomendaria perseverar, mas é baixa a chance de conseguir convencer os desgostosos. Quem já conhece o assunto, pode considerar o livro meio trivial, mas Mlodinow contorna o risco de cair no óbvio apresentando o contexto histórico dos avanços da matemática, tornando o livro atraente e, em certos momentos, hilário. O autor traz exemplos práticos interessantes da probabilidade e estatística, tocando assuntos diversos tais como a controversa eficiência de fundos de investimento, os resultados falso-positivos de testes de doenças ou argumentos falaciosos de julgamentos de crimes. Esse tipo de conhecimento merece nossa atenção, pelo menos que seja para diminuir a chance de sermos ludibriados pelas armadilhas de argumentações equivocadas ou de pura má fé que nos ameaçam no dia a dia. Investir na leitura de O Andar do Bêbado traz boa chance de o leitor aperfeiçoar sua visão sobre eventos aleatórios ou errôneas relações de causa e efeito que, na verdade, são movidas pelo acaso. Recomendo dar o passo na direção de sua compra.

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Agamenon se foi, deu no que deu, tô pensando em migrar pro NYT

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A coluna erigida na última página do Caderno B do JB, digo, Segundo Caderno de O Globo, acabou. Pô. Eu utilizava o jornal de domingo (sempre há outras funções para o papel de um jornal) para ler os excelentes, criativos, referenciados e, apesar disso, muito bons trocadilhos do Casseta. Agora vou ter que desenvolver mais uma atividade virtual na minha vida: acessar o site www.casseta.com.br. Que saco.

O Globo tá ficando menor com a saída deste inominável casseta. Literalmente, acho que a quantidade de matérias está diminuindo lentamente, que nem barra de chocolate Nestlé. Andei lendo o New York Times. Tem coisa boa pra ler por ali. Algumas matérias, inclusive, que surgem depois nas páginas de O Globo. O chato é o preço, custa 4 dólares por semana. Meu salário de blogueiro sustentado por anúncios do Google não dá pra manter essas luxúrias todas. Soube que vão oferecer um plano em que o assinante seleciona os assuntos de interesse. Isso podia funcionar comigo na assinatura de O Globo. Por exemplo, religiosamente, separo o atlético encarte de Esportes e o direciono para a empregada embrulhar o lixo. Não tenho o menor saco para ler sobre futebol, ainda mais agora que só assisto jogos do Barcelona e, pelos últimos resultados da taça da Europa, estou considerando acompanhar o futebol alemão.

Onde eu estava mesmo? Ah, então, vou esperar pra ver se o NYT fica mais em conta. Bem, se Agamenon fosse para o vetusto hebdô americano, eu assinava o jornal americano.

O que é melhor? Rolex, Omega, Tag Heuer ou … Invicta?

Acreditem: “Há uma boa solução por 100 dólares!”

Estava pensando em investir num relógio novo. Tenho um Omega Seamaster há milênios. Estava na hora de comprar um relógio novo. Qual comprar? Eu gosto do Omega. Passei a vida com um no pulso. Até James Bond, ultimamente, migrou do Rolex para Omega (ver filme Casino Royale). O problema é que um modelo automático (tenho fixação no mecanismo de passar energia para o relógio pelo movimento do meu braço) fica na casa de US$6.000. O da foto a seguir sai por este preço na Amazon. Não se trata de uma bagatela. O Rolex fica um pouco mais caro. O da imagem ao lado custa míseros US$8.300. Não se reprima, caro leitor, você merece, clique na foto e compre na Amazon. A marca Tag Heuer tem a estratégia de se colocar logo abaixo dos clássicos Omega e Rolex. Por US$2.500 dá pra pegar um automático. Veja o modelo aqui do lado: São todos belos e caros investimentos. Entretanto, se pensarmos que no Brasil, para sair do escritório na hora do almoço, é recomendado tirar o relógio do pulso e guardá-lo no bolso, a grana colocada nos relógios de luxo dá pouco retorno.

Aturdido com as opções e os preços, me deparei com o modelo Invicta Men´s 9937 Pro Diver Collection Coin-Edge Swiss Automatic Watch. O design é de uma coincidência enorme com o Rolex. Confiram clicando na foto ao lado:
Comprei o dito pela Amazon mandando entregar no hotel para onde viajei. Seu desenho impressiona quando você tem o dito nas mãos. O vidro é de safira e o fundo é transparente para a gente ver a máquina. O mecanismo automático é suíço. Até agora ele não atrasou nada. Estou deliciosamente satisfeito com minha aquisição. Em tempo: me custou US$270. Tem uma versão igualzinha, com máquina de menor qualidade, que sai por volta de 100 dólares.
Que tal? Dá até para passear na Lagoa, no Rio de Janeiro, sem se preocupar com os assaltantes. Se o ladrão levar, fica como doação.

O Som ao Redor

Bom filme. Vale pagar o ingresso. Algo de novo para se ver. O diretor pernambucano Kleber Mendonça traça um retrato instigante de nossa sociedade através da visão acurada de um condomínio (ou quarteirão) de Recife. É como um quadro bem pintado. As cenas se sucedem como pinceladas de um quadro geral que assistimos a construção. Nem precisava amarrar um final. Se o filme fosse cortado de repente, já era vitorioso.

Os artistas se saem bem. O garoto descendente da oligarquia, pouco atento às diferenças de classe que o cercam, chega a parecer boa pessoa. É apenas um anestesiado pela indolência da classe dominadora. Os serviçais e humildes circulam no entorno dos ricos tirando o proveito que puderem. São cerca de dez personagens apresentados com detalhes suficientes para torná-los relevantes na paisagem da obra. A tensão da vida nas grandes cidades é a presença constante. Sempre há um som ao fundo. O som ao redor? Continue lendo “O Som ao Redor”