que venha 2013

Veio 2013. Contra as expectativas dos maias, o universo continuou firme e forte. A natureza anda aprontando, vide desastre das chuvas em NY este ano. Teve galeria de arte com 1m d’ água e as obras boiando. Imagino que homelesses e outros não-votantes nos republicanos devem ter boiado também, mas a imprensa não mostrou. Pelo menos, eu não vi.

Mas, deixemos de baixo astral. É hora de tomar fôlego para enfrentar o ano. Vale começar aproveitando esse sol maravilhoso do Rio, com seu escaldante recorde de 43 graus atingido no finalzinho de 2012. Em sendo assim, já cansado das comemorações do novo ano, tiro o time de campo desejando, pouco criativamente, um novo ano simplesmente espetacular para todos vocês.

Deixo uma foto do fim do dia 31, que a caminhada na Lagoa proporcionou.

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Razão Filosófica e Religião

Da série recorte de jornal, tirado de entrevista do filósofo Michel Onfray, em O Globo:

Como o senhor avalia o embate entre a razão filosófica e a religião no mundo contemporâneo?

A razão é sempre minoritária, e a religião sempre majoritária, pois a inteligência é mais rara que a obediência. As pessoas preferem uma ficção que lhes dê segurança, uma lenda que lhes apazigue, histórias para crianças que lhes permitam dormir tranquilos, em vez de verdades que inquietam, certezas que angustiam. É por isso que religião jamais desaparecerá do planeta, e porque os filósofos dignos desse nome serão sempre minoritários.

Irretocável.

a gente já falava há algum tempo do golpe “10 vezes sem juros”

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Até agora, o engodo aplicado nos consumidores brasileiros vinha sendo útil e dando certo. Para o Governo, era uma mão na roda. A gentalha embarcava nas compras a crédito, a economia crescia, a classe D virava classe C, a classe C achava que era classe média, ficava todo mundo feliz. O PT ganhava as eleições, os eleitores achavam que o Mensalão não existia, o Brasil não tinha crise, o paraíso era aqui. Bem, as coisas não são bem assim. A conta está sendo apresentada. Artigo de hoje de O Globo, fornece o valor do trambique “Sem Juros”: foram 170 bilhões que o povo pagou de juros. Boa parte dessa fortuna, o consumidor gastou orientado para consumir a crédito, pois à vista era “a mesma coisa”. O mantra do golpe era: “a vista” é igual “a crédito”. Os carros, que foram vendidos com “juros zero” (essa fantasia é marca registrada da venda de carros), estão hoje pressionando os indicadores de inadimplência dos infelizes proprietários de automóveis, que não conseguem pagar seus sonhos de quatro rodas comprados em módicas prestações, que, por infelicidade, dobraram o preço final do veículo.

Que a média da população é formada de imbecis, nós já sabemos. Continue lendo “a gente já falava há algum tempo do golpe “10 vezes sem juros””

juros do cartão de crédito caem à metade, que vergonha…

… quer dizer que estávamos pagando juros extorsivos à toa. Era somente pra que os bancos tivessem aqueles lucros extraordinários. Tá bem que o gado, digo, o povo estava bem adestrado, treinado pra gastar pagando os maiores juros do mundo, acreditando que a vista é igual a “em dez vezes”. De repente, o banqueiro chefe do Bradesco acorda de manhã e, num arroubo de generosidade, resolve baixar as taxas de 8 para 4%. huum

Marcos Valério acusa Lula de saber do Mensalão

É inacreditável. Quem diria? Eu estou convencido de que nosso mais ilustre e operário presidente não sabia de nada. Como podem juntar seu nome a um escândalo dessa magnitude? Será que Valério guardou este rancor por não ter recebido algum apoio (será que podiam quebrar o galho para ele na situação em que ficou?) da turma do PT? Acho que Lula não sabia. Não podia saber. Se não fosse assim, toda sua postura magnânima de líder de nossa pátria não faria sentido. Ele seria apenas mas uma parte de um esquema para garantir o poder distribuindo dinheiro para aliados. Precisamos desse timoneiro. O povo precisa do humilde que virou presidente. Trata-se apenas de artifício da defesa de Valério. Dirceu não precisava envolver o chefe. Se disse alguma coisa ao presidente na época foi do tipo: “tudo sob controle”. Estava um pouco equivocado, mas a força política do PT continua e a força de Lula o qualifica a buscar eleger Fernando Haddad para prefeito em SP. Não posso acreditar. Lula? Quem diria?

Cosmopolis [David Cronenberg]

É a versão deprimida de Nove Semanas e Meia de Amor. Esse filme de 1986, com os queridinhos da época Mickey Rourke e Kim Basinger (acreditem, eram jovens e bonitos) glamourizava o charme do dinheiro obtido no mercado financeiro. Nove Semanas mostrava o status dos muito ricos, direcionando sua mais valia para um erotismo estético, que tornou o filme exemplo de “pornô leve” e povoou as fantasias sexuais e financeiras da meninada.

Já Cosmopolis, pós-quebradeiras de Wall Street e depois dos chineses chegarem tomando conta do mundo, tem uma abordagem deprê, claustrofóbica, sem charme. É como um réquiem para os bilhões de dólares americanos e o poder que eles representam, que se esvaem pelos ralos da competição com os amarelos de olhinhos fechados. A imagem do povo americano protestando em Wall Street e os ricos de procurando por um corte de cabelo perfeito é boa síntese das diferenças dessa grande democracia. Isso tudo aí, conduzido pelo mestre do mal estar David Cronenberg, dá bom mau resultado. Não esqueçam que o diretor tem em seu currículo competentes e desagradáveis filmes como o insuperável Gêmeos – Mórbida Semelhança. Continue lendo “Cosmopolis [David Cronenberg]”