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Depois que todas publicações já apresentaram suas listas de personalidades de 2001, Polemikos, sempre retardado, digo, retardatário, traz suas indicações. Este ano, abandonamos o procedimento democrático de recorrer aos leitores para auxiliarem na honrosa tarefa. Optamos por fazer consultas iminentes a figuras eminentes que nos ajudarem a apontar o Homem Polemikos do Ano 2001. Vejam que o ano foi magro. Não tivemos grandes destaques. Ainda mais que, no final, Osama Bin Laden ofuscou todas as personalidades, brasileiras ou não. A revista americana Time ainda buscou salvação na escolha do prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani. É realmente uma personalidade marcante, mas, para nós, a solução não serve. Já imaginou eleger nosso César Maia – o homem que processa até a previsão do tempo – para este laurel? É engraçado, político não faz nem o que promete e se sentem no direito de cobrar que a natureza mande as chuvas no dia certo!
O problema permanecia. Quem seria o símbolo masculino brasileiro do ano? Nos esportes, Guga iniciou 2001 com força total. Ganhava tudo e permitia que escapulíssemos de assistir nosso medíocre futebol, seja nos corruptos campeonatos nacionais ou no sapato alto incompetente da Seleção Brasileira. Entretanto, a moça da gotinha, a nova namorada do Guga, certamente apaixonada pelo atleta e seus prêmios, deu uma canseira no tenista. De repente, ele não ganhou mais nada. Enfim, seu desempenho foi tão bom no começo do ano que ainda deu para Guga terminar o ano como segundo nas estatísticas mundiais. Ficou também em segundo lugar na nossa lista. Esperemos para ver sua performance em 2002. Na política, ACM, figura notória e já ganhador do corrida dos campeões brasileiros Polemikos em 1999, ficou em evidência, batendo em FHC até ser flagrado mexendo nas apurações do painel do Senado Federal. Imaginem no tanto que ele deve ter metido a mão em sua longa carreira política. Foi a deixa para tirarem o gordo baiano de cena. Infelizmente, o velho tem força para voltar. ACM para ser morto politicamente tem que ser cremado e enterrado, senão retorna. Na sujeira, apareceu também, entre outros menos votados, Jader Barbalho, que foi expelido do Senado. Essa turma já vai tarde. Vamos tentar esquecê-los. Ainda no Senado, Eduardo Suplicy teve tudo para aparecer. Se não fosse seu discurso lento e aleatório, ele podia ter emplacado até para candidato a presidente em 2002. A mulher largou ele por um francês charmoso e bom de conversa. Suplicy se tornou o marido bem sucedido que é corneado e ainda sofre pela mulher amada. O mulheril adora este tipo. Só por isso já faturava 50% do eleitorado. No final do ano, seu filho Supla estrondou como o Charada Brasileiro na Casa dos Artistas. Com uma família dessas, o respeitado senador podia arrebentar. Mas não adianta, ele agita mas não decola. Mais uma vez Eduardo Suplicy fica de fora. Teve também a largada da corrida dos candidatos para a eleição no próximo ano: Serra, Lula etc. Por isso mesmo – como é para o próximo ano – deixemos o assunto e as personalidades para 2002.
Por falar em Casa dos Artistas, chegamos a quem brilhou mesmo em 2001. A gente querendo ou não, foi o camelô eletrônico Silvio Santos. Bem sucedido ele já é há muito tempo. Suas empresas valem cerca de 2 bilhões de dólares. Mas, em 2001, ele acertou em tudo. O programa show do milhão foi sucesso o ano todo. Não deu um milhão pra ninguém, mas mostrou ser uma fórmula vencedora. Teve até uma noite em queos participantes eram políticos. E eles não faltaram a esta grande oportunidade para se promoverem. Felizmente teve gente que se deu mal. Foi bom para queimar o filme de duas estrelas perigosas: Garotinho e Maluf. O primeiro se atrapalhou com a fórmula da água. Vai carregar a fama de burro por muito tempo. O segundo, Maluf (não esqueçam: 200 milhões em Jersey), que se o indicador de escolha fosse o tamanho do trambique, seria líder de nosso concurso, acabou por ganhar apenas 15 mil reais por arriscar responder o que não sabia. Não há o que se surpreender. Maluf foi coerente com sua prática. O dinheiro não era para ele, era para uma instituição de caridade. Pra que se preocupar?
Voltando ao Silvio. Quando o SBT já estava arrebentando nas audiências, Patrícia Abravanel, filha do apresentador, foi seqüestrada por Fernando Dutra Pinto. Patrícia foi libertada após pagamento de resgate. A caçada aos seqüestradores acabou em mortes de policiais em um hotel de São Paulo, aparentemente, resultado de ação isolada de policiais interessados no dinheiro do resgate. O seqüestrador, para colocar mais emoção no ano Silvio Santos, fugiu de volta ao local do crime e invadiu a casa do empresário, tomando-o como refém. Novo sucesso de audiência. A produção do desfecho do caso contou com participação especial do governador de São Paulo, Geraldo Alkimin. Final Feliz. Silvio livre e – se era possível – mais famoso. No final do ano Silvio deu o golpe de misericórdia na incompetência da Globo para disputar audiência com a SBT. Estreou o programa Casa dos Artistas, que plagia o programa estrangeiro Big Brother, que a Globo comprara mas só vai colocar no ar em 2002. Casa dos Artistas foi sucesso retumbante. Transformou Supla e Alexandre Frota em personalidades de sucesso. Nos primeiros dias de 2002, para que Silvio fosse mais uma vez lembrado, assistimos o desfecho da história do seqüestrador de sua filha. Fernando Dutra Pinto morre após ser surrado com cano de ferro pelos carcereiros do presídio onde estava preso. Depois, a displicência proposital (ou, apenas, o padrão do nosso sistema carcerário) deixou o rapaz morrer de infecção generalizada. No final das contas, para nós que não sabemos de nada, parece que foi uma típica queima de arquivo. Tudo convenientemente estranho e mal explicado.
Assim, está escolhido: parabéns Silvio Santos por mais este título. Você é o Homem Polemikos de 2001!