Milk [Milk] de Gus Van Sant

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Belo filme diretor Gus Van Sant, que tem o excelente “To Die For” em sua filmografia. Trata de uma época de opressão não muito remota. Muitos de nós já estavam vivos. Os maravilhosos anos 70. A história do ativista gay Harvey Milk retrata a luta da comunidade gay contra os preconceitos de que eram alvo. Você imagina que, há 40 anos atrás, ser homossexual poderia fazer a pessoa perder o emprego de professor? A discussão que rolava é se era doença ou não. É mole?

O filme mostra a luta de Harvey Milk para ser eleito o primeiro político gay dos EUA. Ele concorre várias vezes ao cargo de “supervisor” (algo como um vereador no Brasil) da prefeitura da cidade de São Francisco, antes de conseguir a vitória. As várias derrotas eleitorais que ele sofre antes de se eleger são o tributo que o filme tem que pagar por ser verídico. Aconteceu mais ou menos daquele jeito. Não é pura ficção. O filme mostra personagens dos quais podemos ver as fotos das pessoas de verdade. Alguns estão vivos.

Milk não era um inocente. Era um político objetivo, buscando vencer, usando artifícios eleitoreiros que fossem necessários. Ele era manipulador como todo político. Se bem que perto da canalhada política brasileira ele seria canonizado. Ele tinha um objetivo, um senso de história a ser realizada, que torna o personagem atraente. O difícil relacionamento que ele estabelece com um rapaz absolutamente instável, rivaliza com a determinação e clareza com que dirige sua vida política.

E tem a interpretação de Sean Penn! Com 5 indicações, Penn consegue seu segundo Oscar de melhor ator (o primeiro foi em Mistic River). Sua interpretação é sensível e cativa de imediato. Ele cria uma figura humana que fica em nossa memória. Penn ganhou o Oscar de melhor ator de 2009. Foi mais justo do que o prêmio que levou por seu trabalho em Mistic River.

Milk vale a pena ser visto. É uma passagem importante da história da conquista dos direitos da humanidade.

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