Plebiscito é enrolação! Querem enganar o povo!

O plebiscito é golpe. Trata-se de manobra para estancar o movimento vitorioso que ganhou às ruas. Não há a menor necessidade. O PT (com seus aliados comprados a peso de ouro, veja-se o Mensalão) tem maioria no Congresso. O PT pode propor uma mudança no modelo político. Se não o faz, é porque tem interesses estranhos por trás. Essa cambada foi eleita para isso. Os políticos que façam a proposta. O povo vai avaliar diretamente nas ruas. Não precisa plebiscito.

Atenção pessoal! Não caiam na conversa de Dilma. Não se perca a oportunidade de cobrar ação dos políticos que querem nos enganar e ganhar tempo. A hora é essa.

Cadê o Lula

Junto-me aos milhões de brasileiros que estão se manifestando e sentem falta de seu grande timoneiro, companheiro de todas as passeatas, o mestre das manifestações, ele, o cara!, Lula! Onde foi que ele submergiu? Precisamos de sua orientação. Precisamos que ele nos explique a situação. Como foi possível que suas alianças com qualquer ladrão de galinha que fosse útil à manutenção do poder pelo PT desse na corrupção desenfreada que assistimos? Vem Lula! Explica pra nós! E por favor, nos poupe de dizer que a culpa é da herança deixada por FHC. Já foi o tempo desse argumento. O último a deixar herança foi Lula da Silva.

A Culpa é da Imprensa

Vocês pensam que eu vou reclamar da Imprensa por ela estar dando força para as manifestações. Ledo engano. É exatamente o contrário. Peguei como exemplo a edição de hoje de O Globo. Resumo: 99% do jornal cobre as ações dos vândalos e baderneiros. Procurei no jornal e não vi imagens dos cidadãos que foram às ruas clamar contra corrupção e má administração do dinheiro público. Talvez 1% do jornal trate dos 99% dos cidadãos que foram em paz para rua reclamar. Por quê? Incompetência? Falta de visão? Foco em notícias escandalosas?

Como sou adepto das teorias conspiratórias, vejo a postura da Imprensa como escolha bem definida pelo posicionamento conservador do lado do governo. Também tem o interesse econômico. Aliás, quando é que o dinheiro nao está por trás das ações das empresas? Por que iriam as Organizações Globo informar que o grande investimento na Copa das Confederações, juntamente com seus sócios, prefeituras e a idônea FIFA, está sendo questionado pelo povo nas ruas? Pois é. Não vamos ver nos jornais ou na TV os cartazes pedindo a saída de Renan Calheiros, denunciando as vantagens da namorada do Lula e as conhecidas falcatruas nacionais, que aparentemente estavam passando desapercebidas pelo povo. A cobrança que queremos ter hospitais com padrão FIFA, explode nas redes sociais. Enquanto isso, os jornais publicam esta cobrança num cantinho de página.

Por isso tudo, acho que o povo vai continuar nas ruas clamando por transparência e respeito. Eu apoio.

Manifestações e Ingenuidade

Parecia bonito. É bonito! Mas não sejamos ingênuos. Os marginais estão aí. Os imbecis gerados nas favelas estão aí. A oportunidade é excelente. Que tal ir pra rua, ocultado pela multidão, para quebrar e roubar impunemente? Aproveitar a perplexidade da polícia, que costuma bater indiscriminadamente, hoje paralisada pela cobrança da sociedade pelo direito de se manifestar. Uma delícia. Os políticos devem estar a sorrir. O movimento que tanto assustou a eles está perdendo o brilho pela ação dos baderneiros.

Ainda assim, insisto: abaixo Renan Calheiros, fora com a PEC 37, crime hediondo para a corrupção, crucificação para Feliciano…

O Andar do Bêbado [Leonard Mlodinow, 2009]

Bom livro. É da classe dos livros “quase técnicos”. O tema central é o acaso, como lidamos com ele e os mecanismos criados para representá-lo. A proposta do livro é desmistificar ou descomplicar o entendimento de probabilidade e estatística. Contando a história da evolução das técnicas para estudar fenômenos aleatórios, Mlodinow esclarece as definições e mostra suas aplicações. O autor consegue perambular bem pelos temas. Eu recomendaria, sem dúvida, para um aluno de faculdade que tivesse terminado a cadeira de probabilidade e seguisse para fazer estatística no próximo semestre. Para quem tiver minimamente se afeiçoado aos assuntos, o livro é leitura agradável e serve para arrumar a cabeça sobre detalhes da teoria. Para aqueles que se atemorizaram com a probabilidade, o livro, apesar de fácil e bem abordado, vai causar enjoo. Eu recomendaria perseverar, mas é baixa a chance de conseguir convencer os desgostosos. Quem já conhece o assunto, pode considerar o livro meio trivial, mas Mlodinow contorna o risco de cair no óbvio apresentando o contexto histórico dos avanços da matemática, tornando o livro atraente e, em certos momentos, hilário. O autor traz exemplos práticos interessantes da probabilidade e estatística, tocando assuntos diversos tais como a controversa eficiência de fundos de investimento, os resultados falso-positivos de testes de doenças ou argumentos falaciosos de julgamentos de crimes. Esse tipo de conhecimento merece nossa atenção, pelo menos que seja para diminuir a chance de sermos ludibriados pelas armadilhas de argumentações equivocadas ou de pura má fé que nos ameaçam no dia a dia. Investir na leitura de O Andar do Bêbado traz boa chance de o leitor aperfeiçoar sua visão sobre eventos aleatórios ou errôneas relações de causa e efeito que, na verdade, são movidas pelo acaso. Recomendo dar o passo na direção de sua compra.

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Agamenon se foi, deu no que deu, tô pensando em migrar pro NYT

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A coluna erigida na última página do Caderno B do JB, digo, Segundo Caderno de O Globo, acabou. Pô. Eu utilizava o jornal de domingo (sempre há outras funções para o papel de um jornal) para ler os excelentes, criativos, referenciados e, apesar disso, muito bons trocadilhos do Casseta. Agora vou ter que desenvolver mais uma atividade virtual na minha vida: acessar o site www.casseta.com.br. Que saco.

O Globo tá ficando menor com a saída deste inominável casseta. Literalmente, acho que a quantidade de matérias está diminuindo lentamente, que nem barra de chocolate Nestlé. Andei lendo o New York Times. Tem coisa boa pra ler por ali. Algumas matérias, inclusive, que surgem depois nas páginas de O Globo. O chato é o preço, custa 4 dólares por semana. Meu salário de blogueiro sustentado por anúncios do Google não dá pra manter essas luxúrias todas. Soube que vão oferecer um plano em que o assinante seleciona os assuntos de interesse. Isso podia funcionar comigo na assinatura de O Globo. Por exemplo, religiosamente, separo o atlético encarte de Esportes e o direciono para a empregada embrulhar o lixo. Não tenho o menor saco para ler sobre futebol, ainda mais agora que só assisto jogos do Barcelona e, pelos últimos resultados da taça da Europa, estou considerando acompanhar o futebol alemão.

Onde eu estava mesmo? Ah, então, vou esperar pra ver se o NYT fica mais em conta. Bem, se Agamenon fosse para o vetusto hebdô americano, eu assinava o jornal americano.