Pousada Tankamana, Itaipava

conforto e bom gosto em Itaipava

Itaipava é perto de Petrópolis, a antiga cidade imperial brasileira. Saindo do Rio de Janeiro – se os traficantes tiverem liberado a Linha Vermelha – a viagem para Petrópolis é rápida e confortável. A subida da Serra proporciona bonita combinação do visual da mata e a vista do Rio de Janeiro, lá embaixo. Pouco depois da entrada para Petrópolis, já na estrada para Juiz de Fora, toma-se a saída para Itaipava. O centro da cidade é um trecho da antiga Estrada União e Indústria, onde concentram-se lojas, restaurantes e alguns pequenos shoppings. Pelos carrões que circulam no fim de semana, vê-se logo que a grana também circula na Serra. Itaipava é um tipo de Búzios versão montanha, para onde se foge do calor e agitação do Rio para curtir o frio longe do mar.

Para conhecer Itaipava, decidi escolher uma de suas famosas pousadas. Optei pela Pousada Tankamana. A revista Quatro Rodas a escolheu como a mais charmosa do Brasil. Uma revista semanal indicou a pousada como um dos melhores programas turísticos do estado. O preço era salgado, mas o lugar prometia. São poucos chalés (exatos 16) incrustados num pequeno vale, todos plenos de recursos, que podem incluir lareira, sauna à vapor, ofurô e banheira de hidromassagem. Lá fui eu. Tankamana é afastada do centro da cidade. Acho que é o pouso mais distante daqueles situados em torno de Itaipava.

Uma subida de estrada de terra dá o tom do distanciamento do ambiente urbano. Assim, deixamos para trás nossos compromissos e problemas de rotina. Chega-se à pousada passando pelo restaurante de trutas onde o empreendimento começou. Elas são criadas no local e podemos vê-las antes de reencontrá-las à mesa. Um jantar no agradável salão do restaurante é parte da programação em Tankamana. 

A pousada cumpre o prometido. É lugar para um fim de semana de descanso, onde o café da manhã se arrasta até o meio-dia, acompanhando preguiçosa e detalhada leitura do jornal, convenientemente depositado de manhã cedo junto à porta do chalé. O café da manhã, com waffles e omeletes preparados a nossa vista, é um must e pode ser apreciado também por visitantes (custa R$18/pessoa).

O ambiente de Tankamana, propositadamente voltado para evitar excessos, sugere caminhadas lentas, sem pressa, ou longas estiradas em suas camas tamanho King Size, com lençóis alvos e edredom de penas de ganso. O leito é convidativo e, talvez por isso, o lugar é reduto de incursões românticas dos casais mais abastados. Os poucos chalés garantem a privacidade dos hóspedes. O traje típico do lugar são os roupões brancos, usados para ir ao complexo de piscina natural, sauna e banheira de hidromassagem, onde cabem confortavelmente quatro pessoas. Ali, praticam-se banhos frios e quentes com o objetivo de relaxar os corpos fatigados dos hóspedes. Para os mais esportistas, cavalgadas leves e descompromissados exercícios de arco-e-flecha servem para gastar o tempo e nos enganar que estamos fazendo alguma coisa. O ócio é o maior prazer. O prazer e a leitura são os esportes radicais mais freqüentes.

Gostei de Itaipava. Digo, gostei de Tankamana. Apesar de me confundir com Tutankamon e Kubanakan, conseguirei lembrar o nome futuramente e devo voltar. Em tempo, depois do luxo da pousada, se você quiser se sentir “povo” novamente, faça uma parada na Feirinha de Itaipava. Dá pra comprar uns agasalhos bem baratinhos.

Endereço para contatos:
www.tankamana.com.br

  – Gustavo Gluto –